Por Leonardo Azambuja: médico especialista em cirurgia geral, nutrologia, ciência da fisiologia humana e longevidade saudável
Leonardo Azambuja é colunista do A Cidade e escreve todas as quartas-feiras (Foto: A Cidade)
Estamos sendo consumidos pelos nossos maus
hábitos de vida. Enquanto levantamos a mão para o céu por vivermos em uma
sociedade capaz de produzir muita riqueza (e alimentos), estamos sendo
"consumidos pelo nosso consumismo".
Nossos ancestrais passavam fome, mas, hoje, não
precisamos passar. Hoje, com a super industrialização, a comida
“superenergética”, rica em carboidratos - e, diga-se de passagem, pobre em
nutrientes - está ao alcance das nossas mãos, na prateleira ou na geladeira
mais próxima, sem necessidade de qualquer esforço. Enquanto antes corriam atrás
dos animais, ou subiam em árvores para coletar alimentos, hoje tropeçamos na
comida sem ao menos perceber. Resultado: SEDENTARISMO.
Para produzir todos os itens materiais de que
“necessitamos” para sobreviver (duvido que necessitemos disso tudo…),
precisamos trabalhar muito. Para rendermos no trabalho, precisamos ficar
conectados em um celular ou um computador, andar de carro para chegar mais
rápido, dormir menos para sobrar mais tempo para o trabalho. Tempo para
cozinhar comida de verdade? ACABOU! Melhor passar em um drive-thru qualquer,
pegar uma “comida rápida” e mastigar o mais rápido possível, dirigindo,
inclusive, se houver coordenação motora para tal. Resultado: MÁ ALIMENTAÇÃO.
Precisamos comprar esses carros que nos levam
mais rápido, comprar os computadores e os celulares que nos “conectam” e
distanciam simultaneamente, comprar as roupas que nos tornam mais
apresentáveis, visto que nossa forma física está debilitada por essa correria
toda. A melhor casa, o melhor perfume… E para tudo isso, MAIS TRABALHO, mais
produção, mais pressa. MENOS TEMPO. Menos saúde. Menos dinheiro no final da
vida, afinal, se construímos nossa FALTA DE SAÚDE, construímos nossas dívidas com
farmácias, hospitais e planos de doença. E aí vai encerrar um ciclo. Que
poderia ser meu ou seu, ou de qualquer um. Mas não precisa ser.
Achamos que corremos para viver mais e melhor,
mas esse é nosso maior EQUÍVOCO. Corremos pois somos burros e incapazes de
perceber a tempo que nós mesmos cavamos nosso túmulo. Olhe para trás. Veja onde
SEU erro começou. Planeje uma maneira de consertar. Talvez você não tenha outra
chance!
Caso você se encontrou em tudo em que eu disse,
mude seu estilo de vida urgente enquanto há tempo. Diminua os produtos
industrializados, coma COMIDA DE VERDADE. Pratique atividade física diariamente.
Controle seu estresse, sorria mais, pratique algo que o acalme.