Por Leonardo Azambuja: médico especialista em cirurgia geral, nutrologia, ciência da fisiologia humana e longevidade saudável
Leonardo Azambuja é colunista do A Cidade e escreve todas as quartas-feiras (Foto: A Cidade)
A partir desta quarta-feira (23), iremos nos encontrar semanalmente, todas as quartas-feiras, nesta coluna e tratarmos de assuntos relacionados à uma vida saudável para buscarmos viver com mais qualidade. Irei proporcionar algumas dicas simples e importantes para serem acrescentadas e até mesmo alteradas no seu dia a dia. Como ainda estamos no período de noite com temperaturas mais baixas, que tal uma taça de um bom vinho tinto?! E quais são esses benefícios dessa bebida que todos falam?
A mágica por trás dos benefícios à saúde de tomar uma taça diária de vinho tinto tem muito a ver com esse composto natural, encontrado na uva, que não apenas retarda o processo de envelhecimento, estimula o fluxo de sangue no cérebro e ajuda a saúde do coração, mas também comprovadamente inibe o desenvolvimento de células de gordura. Uma taça de vinho, porém, não tem a dose suficiente de resveratrol. Daí a necessidade de suplementá-la com doses mais altas, para colher seus benefícios, já que não devemos ingerir grande quantidade de bebida alcoólica.
Como essa chamada “molécula milagrosa” protege contra uma notável série de doenças, ela costuma ser anunciada como auxiliar ao sistema de defesa e ao sistema imunológico do organismo. Na última década descobrimos exatamente como isso acontece, em grande parte graças ao trabalho do Dr. David Sinclair, de Harvard, que descobriu a capacidade que esse suplemento tem de ativar certos genes, chamados sirtuínas, que influenciam a longevidade. Em 2010, cientistas da Universidade Northumbria, no Reino Unido, publicaram um estudo no American Journal of Clinical Nutrition que discutia por que, exatamente, o resveratrol consegue ser tão eficiente na otimização das funções cerebrais. No estudo, explicam os autores, deu-se resveratrol a 24 estudantes e registraram-se fortes aumentos no fluxo de sangue no cérebro ao realizar exercícios mentais. E quanto mais difícil a tarefa, maior o efeito do resveratrol.
Quer isso signifique ou não que todos nós deveríamos tomar resveratrol antes de embarcar numa tarefa mais séria, como um teste ou uma entrevista, é uma questão em aberto. Mas o que sabemos por ora é que podemos fazer bem ao cérebro com o acréscimo de uma modesta dose diária. E veja bem, eu disse “modesta”. Embora acima eu tenha insinuado que doses muito altas são necessárias para colher benefícios (doses equivalentes a beber centenas de garrafas de vinho), estudos mais recentes demonstraram claramente que doses menores (de 4,9 miligramas diários) conferem efeitos positivos. Então, que tal suplementarmos uma dose diária de resveratrol?! Ou para os maiores de idade, que tal uma taça de vinho ao dia?!
*Leonardo Azambuja é médico especialista em cirurgia geral, nutrologia, ciência da fisiologia humana e longevidade saudável