Dr. José Renato Nalini
Todos os setores de atividade humana estão sob o efeito da Inteligência Artificial e os algoritmos comandam nossa vida. Na maior parte das vezes, não temos noção disso. O bom é que há uma parcela da juventude, aquela que já nasceu com “chip”, que não estranha o mundo virtual. E se vale da desenvoltura com que enfrenta os avanços tecnológicos para oferecer soluções a problemas aparentemente insolúveis.
Um campo em que o Brasil precisa ainda melhorar, nada obstante a surpreendente performance – surpreendente considerado o retrocesso em tantas outras áreas – é o agronegócio. A agricultura precisa ser cada vez mais prestigiada. Com perdão do trocadilho, ela é a única dotada de condições de “salvar a lavoura”.
Para reter a juventude na zona rural, é preciso oferecer a ela o instrumental capaz de entusiasmá-la. A produtividade pode acelerar se a informatização continuar a oferecer respostas. Nem pode ser esquecido o aspecto sustentabilidade. O mundo civilizado cuidará de eleger para consumir a produção que não degrada o ambiente. Que sabe preservar a biodiversidade e que não derruba e queima florestas, como é dos usos e costumes brasileiros.
A vez é das startups da agricultura. Como aquela criada pela Agrosmart, que lançou serviço de monitoramento automático de chuva. O sistema de pluviômetros permite que o produtor saiba em tempo real o volume de chuva, sem necessidade de deslocamento físico no campo.
A Aeropônica e o Instituto Agronômico de Campinas e a Apta – Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, mostra seu protótipo de equipamento portátil para produzir domesticamente plantas aromáticas e medicinais prescindindo do uso da terra. Para isso, desenvolveu-se a aeroponia, com plantas cujas raízes ficam suspensas e são alimentadas por nebulização de gotas de água com nutrientes.
A John Deere, com sua experiência, tem vinte startups com soluções e propostas para o campo. Redução de quantidade de produtos químicos ainda em uso no plantio da soja, diminuição dos custos operacionais com sementes e fertilizantes e muita coisa mais que brota da prática na lavoura de jovens que não perderam o supersônico da História e estão antenados com a 4ª Revolução Industrial.
A Universidade e a empresa brasileira precisam estimular essa competição saudável e promover encontros, como as concorridas Feiras de Ciência, para usar da criatividade e da ousadia de jovens que acordaram. Enquanto algumas autoridades que acreditam deter o monopólio do conhecimento, continuam a atuar como se estivessem no século XIX.