O cinismo de certos personagens da vida bananeira não encontra paralelo nem no tempo, nem no espaço.
É deveras um caso para estudo. Psiquiátrico.
O mundo - e muito provavelmente o universo -, jamais conheceu coisa igual.
Negar o óbvio; contestar a mais cristalina verdade, mentir e mentir e mentir, à exaustão, até a mentira convolar-se em verdade, eis a receita inquebrantável de notória parcela de personagens do dia a dia dos trópicos.
Mortos-vivos que insistem em assombrar a realidade como se ainda fizessem parte dela. Fazer barulho é o ideário de qualquer fantasma, mas, convenhamos, no caso bananeiro, é realmente, assustador.
Espanta a persistência louca em apagar o inapagável; justificar o injustificável.
Em colocar-se no papel de vítima, assim que é pego flagrantemente no papel de algoz.
Evidentemente, que estes notórios - alguns reclamam o epíteto de notáveis -, contam com a imbecilidade das plateias a que se dirigem.
Mas o que dizer de tal insistência, quando já se sabe que boa parte das plateias, antes tão solícitas e influenciáveis, convolou-se em coletivo de bem informados cidadãos?
Psicopatia.
Será ainda necessário estudar a fisiologia da loucura desses personagens.
Fingir para alguns, por todo tempo, ou para muitos, por pouco tempo, é aceitável que se tente – faz parte da natureza humana tentar levar vantagem, mormente na Banânia, como se sabe.
Mas, convenhamos - mais uma vez -, achar que se pode fingir o tempo todo, para todos, é ambição alucinógena.
E, então, temos uma legião de mortos-vivos alucinados, barulhentos, gritando e esperneando em praça pública diuturnamente, enlouquecidos na defesa de seus interesses e privilégios de casta que um dia foi e não é mais.
Essa gritaria ensandecida assusta, com efeito, e também faz pensar.
Como a vida boa, o dinheiro fácil - facílimo -, e o poder que dele advém, acostumam mal certos notórios, e como a sua retirada é descomunalmente dolorosa para esses que não aprenderam a se esforçar, a trabalhar por conquistas honestas e honradas.
Como é incrivelmente impossível para esses notórios entender coisa tão simples: perderam, manés. Acabou a moleza. Acabou a boquinha.
Qual parte será tão difícil de entender: a - ca, ou ,- bou?
Com efeito, será ainda necessário estudar a fisiologia da loucura desses personagens.