Conforme é do conhecimento de todos que têm acesso à mídia, o Banco Central, através do Copom (Comitê de Política Monetária), houve por bem baixar os juros básicos para 6,5% ao ano no novo período histórico, o que vem demonstrar no entender de alguns analistas, uma iniciativa louvável e que poderá surtir efeitos positivos.
Importante ressaltar que foi o 12º. corte consecutivo na Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia). Referida taxa de 6,5% ao ano é a menor desde a adoção do regime de metas para a inflação de 1.999 e é também de toda a sua história do Banco Central iniciada em 1.986.
Em comunicado, o Copom sinalizou que pode fazer uma nova redução moderada de taxa básica de juros, sendo que o novo corte viria para garantir que seja alcançada, ao final do ano, a meta da inflação de 4,5% ao ano. Até aí tudo bem, porém, de outro lado, este feito poderá se transformar em sucesso, mas na teoria, porque na prática a inflação não obedece ao que determina a taxa, por mais baixa que seja e sem que hajam medidas plausíveis no tocante à oscilação e abuso de preços que se verificam em estabelecimentos comerciais.
Não há disciplina, nem métodos por parte do governo em nível Federal, no sentido de que haja fiscalização a contento, quando se tratam de preços acima do normal, o que vem caracterizar crime contra a economia popular, partindo da majoração constante do gás, energia elétrica e combustível, três fenômenos que pesam no bolso e no orçamento do cidadão, mormente na classe de baixa renda.
Outro aspecto a ser ventilado nesta oportunidade é o fato de que os juros bancários seguem elevados. Em janeiro do corrente as taxas de cheque especial e do cartão de crédito estavam acima de 300% ao ano, sem a mínima possibilidade de redução, pois em se tratando de instituições financeiras, tudo indica que o Banco Central encontra barreiras para disciplinar o alto custo dessa modalidade de crédito.
As decisões do Banco Central sobre a Selic também afetam o rendimento da poupança e que poderá cair novamente a partir de terça-feira última, dia 15 do corrente, esclarecendo ao mesmo tempo que a regra atual em vigor desde maio de 2.012, prevê cortes nos rendimentos da poupança, portanto, aí está um alerta aos poupadores que optam por este meio de aplicação.
Quem acha que a inflação sofre uma redução em confronto com a queda da taxa de juros, aí é que está o engano: a inflação corrói o poder de compra dos assalariados. Daí a importância das políticas em prol da estabilidade de preços para uma possível redução da pobreza que se instalou no país desde o dia em que Cabral descobriu o Brasil.
Pesquisa aponta que não existe redução de pobreza, enquanto não advir de alguma solução que corresponda melhor acesso aos consumidores para aquisição, pelo menos das cestas básicas, portanto, a queda da taxa dos juros básicos nada tem a ver com o impacto da pobreza, que sofre as consequências de uma conduta abusiva em relação aos preços de um modo geral.
Uma inflação de 4 a 4,5% é plenamente aceitável no Brasil e que vem ao encontro de milhões de brasileiros e, nessas condições, tudo indica que a atividade econômica ganha força com o possível aumento de emprego e grande incentivo aos investidores, mas por enquanto é um sonho e que venha a se tornar realidade, fazendo com que novas experiências levem o país a uma das grandes fases da sua história.
Com a inflação em baixa, é evidente que o salário mínimo ficará abaixo do previsto e nem poderia ser diferente, se é para o bem da solidez do dinheiro, passando a ter peso real em confronto com o poder de compra dos produtos básicos, à vista dos milhões de famílias que vivem à base de um salário abaixo do mínimo em certas regiões do país.
Por ser um ano eleitoral, outras conquistas poderão acontecer, mas que tragam em seu bojo melhores dias à classe trabalhadora de baixa renda.