Este tema instigante foi levantado no planejamento do Departamento de Evangelização, Grupo de Pais, que está sendo formado na casa espírita! Isso demonstra uma preocupação genuína com a formação das famílias e com a importância de resgatar valores espirituais chamando a atenção para uma questão importante que muitas vezes passa despercebida na vida moderna e em um mundo cada vez mais voltado para o materialismo. Precisamos entender as razões pelas quais negligenciamos a espiritualidade em nosso cotidiano e, mais do que isso, precisamos pensar como essa negligência pode impactar nossa vida, nossas relações e até o propósito que damos à existência. Afinal, a espiritualidade não é apenas uma questão individual, mas também familiar e os pais desempenham um papel fundamental na transmissão de valores, caráter, personalidade não sendo apenas provedores de recursos materiais. Então, quais seriam os motivos que levam as pessoas a dar menos atenção a algo tão essencial quanto a espiritualidade? A busca por conquistas acadêmicas, profissionais e financeiras ocupa grande parte do nosso tempo e atenção, enquanto a espiritualidade é relegada a um papel secundário ou esquecido. Será que a espiritualidade perdeu espaço por ser considerada algo abstrato e irrelevante frente aos desafios concretos da vida moderna? Ou será que nos desconectamos de algo essencial em nossa jornada humana, trocando valores profundos por metas superficiais? Na verdade, a espiritualidade é um pilar essencial para a construção de um ser humano equilibrado. Uma das razões para a priorização do ensino escolar em detrimento da educação espiritual é o contexto sociocultural e econômico. Muitos pais acreditam que o sucesso e a segurança futura dos filhos dependem diretamente do desempenho acadêmico e profissional. A escola é vista como a principal ferramenta para prepará-los para competir no mercado de trabalho e alcançar estabilidade financeira. É a forte pressão social que valoriza conquistas materiais. A rotina sobrecarregada, o avanço tecnológico também tem levado muitas famílias a relegarem a espiritualidade a um papel secundário, considerando-a desnecessária ou até incompatível com o progresso. Nessa visão materialista, a felicidade é associada ao consumo e ao sucesso. Muitos pais, devido às demandas profissionais e pessoais, têm pouco tempo para promover discussões profundas ou cultivar um ambiente de reflexão espiritual no lar. Além disso, a falta de uma vivência espiritual consistente ou de referências sólidas faz com que alguns pais não saibam como abordar esse tema com os filhos. O ensino espiritual não se limita à religiosidade ou à adesão a práticas específicas. Ele envolve a transmissão de valores universais, como empatia, resiliência, gratidão e solidariedade. Esses aspectos são essenciais para o desenvolvimento de indivíduos equilibrados e capazes de enfrentar os desafios da vida de maneira ética e compassiva. Sob a ótica espírita, o papel dos pais vai além de criar indivíduos para o mundo material, pois eles são responsáveis por auxiliar na evolução espiritual de espíritos que lhes foram confiados. A convivência familiar, nesse sentido, é um espaço de aprendizado mútuo, por isso, a educação moral e espiritual não é apenas uma questão de palavras, mas de atitudes. A educação espiritual e acadêmica deve caminhar juntas. Quando os pais priorizam tanto a educação material quanto a espiritual, estão não apenas investindo no futuro dos filhos, mas contribuindo para um mundo mais justo, compassivo e harmonioso. Como dizia minha mãe “a verdadeira riqueza que podemos deixar para nossos filhos é a educação”.