Seja bem-vindo ao nosso nono encontro de 2025. Hoje, venho dar continuidade ao tema sobre o jejum, conforme prometi.
Meu primeiro jejum prolongado ocorreu no início de 2023, entre os dias 19 de fevereiro e 10 de março. Naquela ocasião, fiz esse processo em segredo, com um único propósito: validar se era possível dar um comando à minha mente e meu corpo obedecer.
Há algum tempo, já testava essa teoria em pequenas ações, como acordar no horário exato que determinava na noite anterior. Essa prática funcionava, mas eu buscava algo mais profundo. Diante desse desejo e considerando que meu maior desafio sempre foi a gula, compreendi que o jejum poderia ser o caminho adequado. Mergulhei então nessa experiência, tomando somente água, café e chá. Ao final dos 21 dias, minha energia permaneceu estável, o apetite ficou sob controle e segui disposta.
Embora meu médico e minha nutricionista (ela havia acompanhado somente seu sócio em um jejum de três dias) não recomendassem a experiência por não terem acompanhado casos semelhantes, eu já havia decidido e escolhi fazer. Recebi da nutricionista algumas orientações sobre sintomas que poderiam indicar a necessidade de interromper o jejum. No entanto, meu corpo respondeu bem, apenas com um quadro de diarreia, algo comum devido ao processo de desintoxicação. Para minha surpresa, ao realizar exames após o jejum, os resultados apresentaram uma melhora significativa.
Durante esse interim, fiz alguns jejuns curtos de um, dois, três e sete dias. Agora, ao decidir por um novo período de 21 dias, escolhi compartilhar minha experiência, porque acredito na importância dessa troca. Além disso, documentei todo o processo no meu canal no Spotify.
Diferentemente do primeiro jejum, este teve uma motivação espiritual. No final do ano passado, senti um chamado para realizá-lo, com as datas já definidas. O objetivo principal era fortalecer minha conexão com meu Eu Superior.
Ao longo dos 21 dias, mantive minha rotina de trabalho e treinos na academia. Nos últimos três dias, fiz um período de silêncio e introspecção. Durante esse processo, utilizei três livros como referência:
• A Bíblia, que lia diariamente, refletindo sobre as passagens que surgiam;
• “A Cultura do Jejum”, de Luciano Subirá, o primeiro livro que li sobre o tema em 2023 e reli agora em 2025;
• “O Poder da Oração e do Jejum”, de Mahesh Chavda, um autor indiano que já realizou sessenta jejuns prolongados de quarenta dias.
Os principais aspectos do processo que utilizei podem ser descritos da seguinte forma:
1. Definição da intenção – O propósito do jejum foi o fortalecimento espiritual, maior sintonia com o divino e um estado de humildade perante Deus.
2. Expectativas – Busquei acalmar a mente, conter os desejos, sair do comando da carne e fortalecer minha disciplina e entrega.
3. Oração e meditação – Todos os dias, lia uma passagem bíblica e refletia sobre o aprendizado que poderia extrair para minha vida, meus relacionamentos e meu trabalho, registrando essas percepções.
4. Autoconhecimento – Com a mente mais clara e consciente, enxerguei pontos cegos na minha jornada, feridas que ainda precisavam ser curadas e padrões que dissipavam minha energia.
5. Planejamento – Escolhi o formato do jejum, optando por ingerir apenas água, chá e café, e me organizei para manter essa prática.
6. Abertura ao processo e rendição – Permiti-me escutar, observar os sinais, acolher o que surgia e respeitar meu corpo.
Todos os dias, pedia para ver o que ainda não havia enxergado e me renovar, em conformidade com o ensinamento de 2 Crônicas 7:14:
“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.”
O desejo era ver, aceitar, arrepender-se, renascer, desenvolver maior consciência e adotar um novo olhar para a vida.
Ao longo dos 21 dias, senti poucos efeitos físicos. Além da diarreia persistente, houve uma leve tontura no décimo quarto dia. Os benefícios foram perceptíveis: minha mente tornou-se mais focada, meu corpo desinchou, minha pele ganhou mais viço e minha memória ficou mais nítida. Além disso, estive mais presente em todas as atividades e tomei decisões relevantes sobre aspectos importantes da minha vida.
Houve momentos de emoção intensa e, na última noite, chorei profundamente. Foi um choro de gratidão, pelo entendimento de que nada me pertence e de que sou apenas responsável por gerir tudo o que me foi confiado. Essa experiência reforçou minha percepção de que meu corpo merece cuidado e que minha jornada pode inspirar mais pessoas a buscarem saúde e felicidade.
O objetivo deste relato é apenas compartilhar uma experiência pessoal. Como ensina Mateus 5:16:
“Assim brilhe a luz de vocês diante dos outros, para que vejam as boas obras que vocês fazem e glorifiquem o Pai de vocês.”
E também porque eu estou trabalhando comigo o tema deste ano é “Transforme-se e transforme o mundo. Decida e vá, só vá!”, e o processo de transformação começa pelo olhar para dentro, pelo refinamento da escuta interior e pela entrega ao processo da vida com confiança.
Toda resposta que buscamos está na conexão com Deus, e essa conexão é individual. Quanto mais alinhados estamos com o amor, mais confiança e clareza desenvolvemos.
E como nosso foco é progredir, vamos juntos?
Diante disso, proponho uma reflexão: dentro da sua realidade, o que você pode fazer nesta semana para refinar sua conexão com o que acredita? Com a sua essência?
A partir dessa experiência, escolhi incluir o jejum em minha rotina semanal, adotando um dia específico para essa prática. Assim como a oração se tornou parte constante da minha vida, o jejum também passará a integrar minha cultura pessoal.
Mais do que quantidade, importa a qualidade daquilo que fazemos. Escolher o simples bem feito faz toda a diferença. O jejum tornou-se para mim uma das melhores formas de transformação e conexão. Porém, as melhores formas para você devem ser validadas no seu maior laboratório - a sua vida! Você é único e divino!
Seguimos decidindo e confiando no processo, pois queremos um eu melhor, as pessoas à nossa volta melhores, um mundo melhor.
Lembre-se: “Transforme-se e transforme o mundo. Decida e vá, só vá!”
Vamos juntos?
Porque juntos somos mais.