Órgão recomenda que a população se proteja contra o sol e tome bastante água; ‘calorão’ pode se estender pelos próximos dez dias
Onda de calor deve elevar ainda mais as temperaturas (A Cidade)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
A Defesa Civil do Estado de São Paulo, por meio do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) emitiu um alerta sobre uma intensa onda de calor que deve atingir temperatura recorde em Votuporanga e em boa parte do Estado. Os institutos de meteorologia apontam para uma máxima de até 41°C no município e cidades da região.
De acordo com a Defesa civil, esta onda de calor irá se estabelecer sobre o Estado de São Paulo, tornando os dias com calor intenso em todas as regiões. Isso decorre da atuação de uma forte massa de ar quente e seca que incide sobre o Estado, juntamente com um sistema de alta pressão que deve se estabelecer sobre a região, caracterizando um bloqueio atmosférico, que mantém o tempo quente e seco até o final da estação do inverno, que se encerra neste sábado (23).
Este fenômeno também proporciona a queda significativa nos índices de umidade presente no ar. Em toda a região, os índices devem ficar abaixo dos 20%, atingindo níveis críticos.
“Diante deste cenário, recomendamos que todos se hidratem, bebam bastante água e se protejam do sol. Evitem exercícios físicos ao ar livre nos horários mais críticos do dia e usem soro nos olhos e nariz. Não coloque fogo em áreas de vegetação seca e não jogue bitucas de cigarro em beiras de rodovias, além de causar incêndios de grande proporção é crime ambiental”, diz nota emitida pela Defesa Civil.
Em Votuporanga, mesmo com algumas pancadas de chuva previstas para hoje, o calor não deve dar trégua. A máximas previstas para hoje e amanhã são de 39°C, mas a partir de sexta-feira a situação piora com o ápice do calor no sábado (23), quando a máxima prevista é de 41°C.
El Niño
O El Niño é um fenômeno que se caracteriza pelo aumento da temperatura nas águas do Oceano Pacífico Equatorial. Na região sudeste do país, ele contribui para o aumento das temperaturas médias, ou seja, favorece a ainda mais a frequência de dias mais quentes.
O El Niño ocorre especialmente por meio do aquecimento das águas do oceano Pacífico ao longo da costa oeste da América do Sul, geralmente ao longo do mês de dezembro, em uma frequência anual inespecífica.
Os estudos mais recentes apontam que uma mudança brusca nos ventos alísios que cortam a região, especialmente o enfraquecimento desses ventos, tem gerado um avanço das correntes marítimas de água quente nas regiões geográficas do centro-sul do oceano Pacífico, culminando assim no aumento das temperaturas locais das águas oceânicas. Essa mudança resulta justamente no aquecimento das águas desse oceano e, por consequência, em mudanças consideráveis nas condições das massas de ar, correntes marítimas e pressões atmosféricas, que por sua vez provocam diversas anomalias climáticas em diferentes regiões do globo, especialmente na sua porção tropical, modificando assim os regimes de temperaturas e precipitações globais.