O votuporanguense Luiz Augusto Garcia, o Xaninho, um dos maiores nomes da natação no município, comentou sobre o cenário das competições diante das circunstâncias da pandemia
O coordenador do Centro de Formação de Natação avaliou a modalidade nas Olimpíadas e disse que cenário não é positivo (Foto: Arquivo pessoal)
Fernanda Cipriano
Estagiária sob supervisão
fernanda@acidadevotuporanga.com.br
Um bronze. É o que a delegação brasileira de natação conquistou até o momento nas Olimpíadas de Tóquio. O cenário é considerado bom diante das circunstâncias da pandemia, a falta de treinos e piscinas fechadas no Brasil durante a preparação para o torneio. Foi como explicou o votuporanguense Luiz Augusto Garcia, o Xaninho, um dos maiores nomes da natação no município.
A medalha veio do gaúcho Fernando Scheffer na prova dos 200m livre na raia 8 e colocou o Brasil no pódio da categoria 25 anos depois de Gustavo Borges ficar com a prata em Atlanta. Depois dessa conquista, o sul mato-grossense Leonardo de Deus conquistou a sexta posição nos 200 m borboleta.
“Muito bom, participar de uma final olímpica já é de se comemorar. O Brasil em razão da pandemia sofreu um prejuízo maior com o fechamento de piscinas e tudo mais. Vimos que atletas da Seleção treinaram fora dos grandes centros, alguns inclusive em represas para poder se manter em atividade. Foi um grande prejuízo”, disse.
Abaixo da expectativa, é como o Brasil tem saído na modalidade atrás dos países que hoje são considerados favoritos na disputa, segundo Xaninho. São eles os Estados Unidos, Austrália, França, Inglaterra, Holanda, Rússia e China.
“Sofremos muito com as consequências, isso que faz com que tenhamos resultados não tão brilhantes. Apesar de que se considerarmos que entre os países da América Central e do Sul, África e parte da Ásia, o Brasil tem resultados melhores. Reflete as situações de todos esses países”, explicou.
Nesta sexta-feira (30), por exemplo, entram nas piscinas os atletas Bruno Fratus na categoria 50m livre, às 7h02; o Guilherme Costa para a disputa dos 1500m livre,às 7h48;Etiene Medeiros pelo 50m livre, às 7h24, que é uma das apostas de Xaninho e o revezamento com Guilherme Basseto, Felipe Lima, Matheus Gonche e Pedro Spajari no 4 x 100m medley, às 9h50.
“Acho difícil no revezamento, como disse os outros países estão treinando quase que normalmente durante a pandemia. Nós tivemos um período de lapso de treinamento, de qualquer forma acho que o resultado das provas curtas ou até uma final pode acontecer até o fim das disputas”, completou.
Xaninho, que começou a sua carreira no esporte como atleta de judô, teve a chance de se especializar em natação, que sempre foi a modalidade que lhe chamou atenção, quando foi para faculdade. Ele fez uma extensão na Universidade do Alabama, nos Estados Unidos e pós-graduação pela Universidade Gama Filho, em natação.
“Busquei me especializar nessa área, fisiologia do exercício e passei a me dedicar nisso. Porque é uma área muito desafiadora, eu tive a satisfação de acompanhar o Erik no Campeonato Parapan-Americano, em São Paulo, e uma das maiores emoções da minha vida foi ouvir o hino brasileiro ser tocado com ele no pódio e foi muito significativo, foi o resultado mais expressivo que a gente conseguiu alcançar. É bastante emocionante ter a sensação do dever cumprido”, finalizou.
Cenário local
No município, atualmente, o Centro de Formação de Natação, que é coordenado por Xaninho, trabalha incessantemente na descoberta e na concepção de atletas completos, que possam chegar aos cenários mundiais.
Tanto é que neste mês a equipe de Votuporanga conquistou um recorde de medalhas da equipe e também de campeões paulistas, no Campeonato Paulista, em Bauru, no Parque Aquático da ABDA (Associação Bauruense de Desportos Aquáticos).
Entre 1.202 atletas, de 47 clubes paulistas, os 24 nadadores de Votuporanga, sob a direção dos treinadores Alan Coutinho, Danilo Ribeiro e da estagiária Marina Jozino, trouxeram para Votuporanga 55 medalhas, sendo 25 de ouro, 18 de prata e 12 de bronze.
Uma das promessas da natação votuporanguense é o atleta Heitor Napolitano Fonseca Reis, que está em Recife na disputa do Campeonato Brasileiro Juvenil onde já conquistou o vice-campeonato da categoria 400 Medley Juvenil II e com a esperança para que seja convocado para a seleção brasileira Juvenil de Natação.
“Se a gente analisar a curva de desenvolvimento do Heitor, há quatro anos ele ganhava os campeonatos regionais, agora ele já está ganhando o Paulista e brigando por medalha de ouro no Brasileiro. A ascensão dele é muito grande e se considerar o ciclo olímpico de 4 anos, é de se esperar fazer índices e nadar finais olímpicas no futuro. Ele tem talento para isso”, disse ainda o coordenador.
No Paulista, em que também disputou ele arrebatou o título de melhor índice técnico da competição na categoria Juvenil, e de quebra, manteve a liderança no ranking nacional das provas de 200 medley, 200 borboleta e o segundo melhor tempo na prova dos 100 metros nado borboleta.
Promessa Paraolímpica
De campeão dos Jogos Regionais à revelação dos Jogos Parapan-Americanos, em menos de cinco anos. Foi assim que surgiu a promessa e o maior nome da natação votuporanguense, ÉrikBailon de Souza Oliveira. Com apenas de 16 anos, o atleta já tinha conquistado seis medalhas no torneio internacional: três ouros, duas pratas e um bronze, e já treinava e projetava sua participação na Paralimpíada de Tóquio.
“Agora como coordenador espero que consigamos novos atletas como o Heitor e o Érik para continuar essa safra e destacar Votuporanga como um grande celeiro de nadadores, seguindo aquela saga que foi iniciada nos anos 60 quando a gente tinha atletas de destaque nacional. Votuporanga tem vocação para a natação e esperamos como dirigente poder oferecer essa condição para que a gente se mantenha como destaque no cenário nacional e servindo de referência para os municípios de outras regiões”, completou Xaninho.