Cidade se despediu na tarde de segunda-feira (2) de Francisco Santana, o Fifi, que escolheu Votuporanga para viver durante sua carreira no futebol
Faleceu na segunda-feira (2) em Votuporanga, o ídolo Francisco Santana, conhecido Fifi, aos 84 anos, vítima de arritmia cardíaca (Foto: A Cidade)
Fernanda Cipriano
Estagiária sob supervisão
fernanda@acidadevotuporanga.com.br
Faleceu na manhã de segunda-feira (2), aos 84 anos de idade, o maior ídolo da história da A. A. Votuporanguense: Francisco Santana, o conhecido Fifi. Sem a companhia de familiares, o ex-craque vivia atualmente sob os cuidados do Lar São Vicente de Paulo, onde faleceu vítima de uma arritmia cardíaca.
Fifi estava com seu estado de saúde bem complicado devido ao coração e recentemente ele descobriu um câncer no intestino, o que fez seu estado de saúde piorar. Francisco foi velado no Velório Municipal ‘Aldo Zara’ e seu sepultamento ocorreu ontem, às 16h30, no Cemitério Parque Jardim das Flores.
Natural de Campinas, o jogador nasceu no dia 29 de novembro de 1936, filho de Joaquim Santana e Maria Santanae sua carreira no futebol era desde criança um de seus maiores anseios. O que ele gostava era de jogar bola e teve sua primeira oportunidade na categoria de base infantil do Guarani Futebol Clube, no início dos anos 50.
Logo ele passou para o futebol profissional do Bugre e em 1954, se tornou o primeiro atleta do Guarani a ser convocado para a Seleção Brasileira, para a disputa do Campeonato Sul-Americano Sub-19 de Caracas, na Venezuela. Nesse período Fifi se tornou 10º maior artilheiro da história do Guarani, com 86 gols marcados.
Depois dissoFifijogou pelo Fluminense, do Rio de Janeiro, por um ano por meio de um empréstimo e inclusive disputou a final do Campeonato Carioca contra o Botafogo, partida em que teria marcado dois gols.
Antes de chegar em Votuporanga para ficar eternizado na história como ídolo, Fifi jogava pelo XV de Piracicaba e veio para o interior por meio do convite do Frei Benjamim, que era de Piracicaba e o viu jogando contra a Alvinegra. Em um dia, o Frei e Nasser Marão o procuraram e após algumas conversas o craque veio para o noroeste paulistase consagrou no futebol e nunca mais voltou. Além de jogador, Fifi não deixou o esporte e até quando sua saúde permitiu, e por isso chegou a trabalhar como treinador da Votuporanguense.
Com o passar do tempo, o antigo Estádio Municipal ‘Plínio Marin’ durante muito tempo foi a residência de Fifi. Embaixo da arquibancada ele passou grande parte dos anos em Votuporanga. Com a demolição do campo, ele vivia em uma residência próxima do antigo Plínio Marin, no início da rua Goiás.Depois de uma tumultuada situação, em que foi socorrido debilitado na casa em que morava sozinho, ele passou a viver no Lar são Vicente antes de falecer.
Marcado para sempre como o melhor jogador da A.A.V. (Associação Atlética Votuporanguense) ele foi homenageado na inauguração da Arena Plínio Marin e deu o pontapé inicial no jogo inaugural do CAV x Ponte Preta, em23 de janeiro de 2016.
HOMENAGENS
Beni Andrade
“Recebi com profunda tristeza a notícia do passamento do grande Fifi. Tive o privilégio de acompanha-lo desde sua chegada à Votuporanga até o encerramento da sua gloriosa carreira. Craque de bola. A bola nunca ousou desrespeitar aos seus comandos, tinha profunda intimidade. Grande ser humano, grande amigo, e profundamente agregador. Um tanto quanto solitário, é verdade, mas, soube fazer dos seus amigos, a sua família. Com certeza, Fifi atendeu à essa convocação e vai se juntar a outros craques que lá estão para fazer parte da Seleção Celestial. Descanse em paz meu amigo”.
Cláudio Craveiro
“Ele foi um grande jogador de futebol, o melhor que passou por Votuporanga. Tiveram muitos outros, mas ele que chegou apontado pelo Frei Benjamim fez muito sucesso na Votuporanguense, foi treinador, técnico, a torcida tem o maior carinho por ele e a imprensa. Chegou no finalzinho da década de 60 e foi titular, junto a Pita, Bugre, Lupércio, Albano, Sivuca, Lopes. Ele deixa não só a torcida atual, mas os torcedores do passado que viram ele jogar. Para mim o melhor jogador da época da Associação Atlética Votuporanguense chama-se Fifi, igual ele vai ser difícil aparecer aqui. Craque de bola e sabia tudo. Olha, temos que lembrar com muitas saudades dele, porque ele amava Votuporanga e tinha amizade com todo mundo”.
Valdevino Figueiras, o conhecido Lila
“Conheci o Fifi como atleta profissional e foi uma das maiores alegrias da minha vida, porque eu com apenas 8 anos de idade meu pai me levava ao Plínio Marin e eu via o Fifi jogar, ao lado de grandes atletas como o Pita. O Fifi era um atleta diferenciado, a, gente via ele fazendo umas jogadas que não víamos antes. Ele faz parte da nossa história. Sempre foi uma pessoa fantásticasempre esteve à frente e junto”.
Jaime Alvarez Gil
“Eu senti profundamente o falecimento dele, para mim o melhor jogador que passou pela Votuporanguense quem viu sabe, só que faltou um pouco de regras. Era um fenômeno que ninguém segurava. Ele era muito humilde, o que ele tinha era dos outros e o que ele queria era jogar bola, não tinha como segurar. Não dá para explicar, apenas quem convivia com ele e no futebol que se tem hoje era para ele jogar em seleção brasileira, time grande o futebol de Votuporanga perto daquilo que Fifi foi e jogava é insignificante. Ele era de um coração enorme, mas quando caiu como esportista caiu de vez”
Moacyr, conhecido Nininho
“Eu era funcionário do Banco Bandeirantes e participava de um time amador. Acompanhei Fifi desde o começo. Para jogar igual ele não existia igual, se estivesse jogando hoje, estaria na Seleção Brasileira. Um homem de coração, tanto é que na despedida dele, entregamos ele para Deus, ele vai encontrar um amigo muito grande lá que tratava o Fifi como um pai, o Silvinho Ferrari. Eu também de amizade que eu tinha, quando retornei a Votuporanga, muitas vezes fomos pescar. Soube jogar bola e ajudar os outros, infelizmente dói o coração em ver poucas pessoas fazendo homenagem para ele hoje. Fifi carrega para sempre a bandeira do esporte em Votuporanga”.
Santa Fé
“O Negrão era fora de série, era uma pessoa humilde que trouxe a família dele de Campinas para cá e em pouco tempo a família voltou, ele quis ficar. Ele ia muito na mercearia do Portuga, vivia muito por ali. Ele foi demais, o melhor meia direita que eu já vi jogando na Votuporanguense. Teve proposta para ir embora daqui, mas não quis ir”.
Prefeito de Votuporanga decreta luto oficial pelo falecimento do ídolo Fifi
A Prefeitura de Votuporanga decretou na segunda-feira (2) luto oficial por três dias pelo falecimento do maior ídolo da história da Votuporanguense Francisco Santana, o conhecido Fifi, aos 83 anos.
O anúncio foi feito pelo prefeito Jorge Seba, por meio de suas redes sociais e depois publicado em edição extra do diário Oficial do Município.
“Com muita tristeza, acabo de receber a notícia do falecimento do conhecido Fifi, Francisco Santana, um dos grandes nomes da Votuporanguense. Pela contribuição que teve com a nossa história, decretaremos luto oficial por três dias. Força e fé para a família e os amigos!”, escreveu.
Votuporanguense e Guarani prestam homenagem a Fifi
Na manhã de segunda-feira (2) o Clube Atlético Votuporanguense e o Guarani Futebol Clube também prestaram uma homenagem ao ídolo Fifi, por meio de suas redes sociais.
Em nota, o clube de Votuporanga agradece a Francisco Santana por todo amor que carregava pelo time e pelo futebol. "É com grande tristeza que recebemos a notícia do falecimento do nosso maior ídolo Fifi, de 84 anos, na manhã de ontem. Francisco Santana, foi atleta da antiga Associação Atlética Votuporanguense na década dos anos 60. Seremos eternamente gratos por ter levado o nome da Votuporanguense para todo o Estado de São Paulo e ter honrado o manto alvinegro. Que você continue guiando nossos corações Alvinegros aí de cima", disse o CAV.
Já o Bugre, time em que Francisco Santana foi revelado, agradeceu por ter elevado a história do clube e por tudo que desempenho dentro das quatros linhas pelo Guarani. “Com 86 gols marcados, Fifi é o 10º maior artilheiro da história do Guarani FC. O Guarani Futebol Clube lamenta profundamente tamanha perda. Descanse em paz, Fifi, nome eternizado na história do Bugre. Aos familiares e amigos, nossos mais sinceros sentimentos, e os votos de conforto”, escreveu em nota.