O novembro de 2021 ficará marcado para sempre na memória dos apaixonados pelo Palmeiras por conta da conquista da terceira Libertadores
O Palmeiras conquistou no último sábado (27) o tri campeonato da Copa Libertadores e os torcedores de Votuporanga comemoram o torneio (Foto: Reprodução/Twitter e Arquivo Pessoal)
Fernanda Cipriano
Estagiária sob supervisão
fernanda@acidadevotuporanga.com.br
Quando o árbitro, às 19h33, apitou o fim de jogo, em Montevidéu, o dia 27 de novembro de 2021 se tornou um marco na vida e na memória dos torcedores da Sociedade Esportiva Palmeiras. Em final histórica contra o Flamengo, o Verdão levou o seu tricampeonato e os torcedores de Votuporanga ainda comemoram a emoção da conquista do título.
Aqui no município, os votuporanguenses se encontraram para comemorar, como de costume, na avenida João Gonçalves Leite, mais conhecida como avenida do Assary. Com faixas estendidas, gritos das organizadas do Verdão, os torcedores passaram a noite celebrando.
Aos 52 anos, Antonio Mendes Gonçalves, assistiu seu clube do coração pela terceira vez conquistar o título de maior time da América. Ele disse que essa conquista foi surpreendente, pois para ele tudo levava a entender que o Flamengo levaria o torneio.
“Essa conquista, deixando um pouco da paixão de lado, era um momento atípico para o Palmeiras ganhar. Tudo levava a crer que o Flamengo iria ganhar. Devido as peças de reposição do Flamengo, as últimas rodadas do Brasileiro que o Flamengo estava em uma ascendência e o Palmeiras ficou patinando. O momento do Flamengo era melhor e quando chegamos para jogo, tudo se igualou, quando é clássico, o time que está em melhor e o na pior campanha se equivalem”, explicou.
Para o palmeirense, além de todo o comprometimento dos atletas, o técnico português Abel Ferreira também tem uma parte significativa na conquista, por conta de todo o estudo tático e técnico para enfrentar a equipe de Renato Gaúcho.
“A forma que o Palmeiras jogou é a que nenhum brasileiro gosta, acostumado com aquele futebol moleque, extrovertido, que vai para cima, só que se o Palmeiras entra para jogar de igual para igual com o Flamengo ele não iria ganhar. O técnico tem uma grande parcela na montagem dessa tática, mas se entra para bater de frente, não ganharia. Ele montou o time mais fechado para explorar a velocidade dos contra-ataques”, completou o torcedor.
Ele, que vivenciou os três títulos do Palmeiras, se recordou ainda do verão de 1976, quando tinha apenas sete anos de idade, e viu o seu time ser campeão do Paulista. Após isso, ele viveu uma seca de quase 20 anos sem títulos, até 1993 quando time, que tinha Mazinho, Edmundo e outros nomes, conquistou o Brasileiro e o Paulista.
Mas para ele, a conquista mais emocionante de Libertadores, ainda foi a primeira. “Naquele tempo o time foi montado para ganhar, era um time bom, jogava para cima e que correspondia mais na vontade, além dos valores individuais que tinha, na época, Oséas, Alex, eram grandes figurões. Foi uma conquista muito bonita e emocionante, não foi uma final fácil”, explicou.
Quem também viveu esse momento histórico nos 107 anos de Palmeiras, foi a votuporanguense Ana Beatriz, de 22 anos. A estudante disse, que como uma boa palmeirense se mostrou esperançosa e que ficou tranquila durante as emoções do jogo.
“Estávamos esperançosos, talvez não muito confiantes. Mas durante o jogo eu fiquei bem tranquila em comparação ao ano passado, que eu estava mais agitada. Foi inesperado, foi muito bom mesmo. Emocionante”, disse ela.
A jovem disse que gostou da escalação escolhida pelo técnico Abel Ferreira e da postura com que os jogadores entraram em campo. “Eu gosto das escolhas do Abel e logo no começo do jogo eu gostei bastante da atitude do time, porque estava chamando o Flamengo para jogar, mas estava jogando sério e com muita vontade de ganhar dava para perceber. Tanto que com o Flamengo chegando mais vezes passava muita segurança na defesa”, completou.
“Acho que se não for inesperado, não é Palmeiras”, foi como a Ana definiu a consagração do herói da partida, o centroavante Deyverson, que garantiu a virada do Palestra no primeiro tempo da prorrogação.
“Ano passado com o Breno Lopes e esse ano com o Deyverson, os dois um tanto quanto aleatórios, gols meio do nada. Mesmo sendo inesperado foi muito bom de ver o Deyverson, porque ele é muito carismático, mesmo criticando, às vezes, a gente torce por ele”, relatou.
Ana começou a acompanhar o Palmeiras em anos difíceis de sua história, precisamente em 2012, quando o time foi rebaixado para a Série B. “Não ser rebaixado em 2014 já foi um sentimento diferente e tudo que veio depois, que foi melhorando. Mas nada parecido com duas libertadores seguidas no mesmo ano”, completou.
E para os próximos meses, quando o Palmeiras disputará o Mundial de Clubes, Ana disse que espera que os jogadores tenham tempo de descansar, isso porque na disputa desse ano, o calendário foi intenso e os atletas mal tiveram tempo para folga.
“Fiquei triste que a gente não passou nem do terceiro lugar, eu entendo que foi um ano muito atípico, que nem tinham começado os campeonatos daqui e o Palmeiras já estava em uma loucura de muitos jogos. Espero que estejam descansados e estou positiva em relação ao Mundial esse ano”, finalizou.