Risco
"É um risco muito grande, você vê pelas imagens a proximidade com o galpão da empresa. Não conseguir recuperar o avião é muito fácil, então poderia realmente ter ocorrido uma tragédia", disse o delegado seccional, Carlos Alberto Fiuza.
O gerente da fábrica, Ulisses Leandro Lanfredi, relatou que foram dois voos. "Por volta de meio-dia, o avião passou três ou quatro vezes. Depois, às 14h20, voltou e começou a fazer as manobras. Às 14h36, acionamos a sirene por causa do pânico dentro da fábrica, o pessoal com medo, se escondendo, tentando se abrigar em algum lugar porque tem muito equipamento, se acontecesse alguma coisa teria explosão, e às 15h08 ele foi embora".
Lanfredi contou que havia uma pessoa junto com o operador de produção, mas esse indivíduo não foi reconhecido, e que nos dois voos foi usado o mesmo avião. De acordo com a polícia, a aeronave foi alugada no aeroclube de São João da Boa Vista.
O gerente relatou ainda que, após os voos, o funcionário voltou para a fábrica, mas estava alterado e não conseguia dar muitas informações. "O que ele passou foi que queria fazer uma homenagem para a empresa".
O G1 ligou para o imóvel cadastrado no Boletim de Ocorrência, mas não conseguiu localizar o funcionário e tenta contato.
Medidas
O delegado informou que o rapaz será ouvido nas próximas horas, que a polícia irá comunicar a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e que o piloto deverá ter a licença para pilotar cassada.
"Nós tipificamos como periclitação da vida, que é expor a vida do próximo a perigo, e também como crime contra a segurança aérea", afirmou Fiuza, explicando que essa caracterização pode mudar no decorrer da investigação.