No Brasil, bandido rico tem outro tipo de tratamento e nem precisa tomar cuidado com o que deseja para os outros
André Moura (Foto: Divulgação)
A língua é o chicote do bumbum, já diziam os mais velhos. Mas só acontece no caso de pessoas normais. Políticos falam o que querem, fazem o contrário e o povo continua votando da mesma forma. É o caso de André Moura, deputado federal por Sergipe e líder do governo Michel Temer na Câmara.
Em seu estado de origem, Moura fez um duro discurso contra o “caos na Segurança Pública”: “Falta no governo um homem que tenha pulso para mostrar que aqui em Sergipe, como em muitos lugares, lugar de bandido não é em Sergipe. Bandido bom é bandido morto”, disse, segundo O Globo. O povo, em êxtase, aplaudiu à exaustão.
Moura só esqueceu de contar – ou talvez não importe – que é réu em três ações penais no Supremo Tribunal Federal por formação de quadrilha e crimes de responsabilidade. É investigado em outros três pelos mesmos crimes e também por peculato, fraude de licitações, desvio de recursos públicos e tentativa de homicídio.
Na esfera cível, que não conta com a proteção da imunidade parlamentar, André Moura já foi condenado pela Justiça de Sergipe em pelo menos três casos de improbidade administrativa, todos detalhados na reportagem de O Globo. Mas aí não vale, não é mesmo? No Brasil, bandido rico tem outro tipo de tratamento. Ele nem precisa tomar cuidado com o que deseja para os outros.
Fonte: O Globo