O corpo de Lucas Antônio Lacerda da Silva deve chegar no Cemitério de Cardoso, por volta das 20h, desta segunda-feira (5), e será sepultado nesta terça-feira (6), às 8h, no Cemitério Municipal de Cardoso.
O estudante de engenharia Lucas Antônio Lacerda da Silva, de 22 anos, era natural de Cardoso e morava em Santo André (Foto: Reprodução/Facebook)
Ainda com o abadá que sempre usava em festas de Carnaval, o
estudante de engenharia Lucas Antônio Lacerda da Silva, 22, caiu desmaiado após
encostar em um poste de sinalização de pedestres na esquina das ruas da
Consolação e Matias Aires, na região central de São Paulo. A tragédia ocorreu
durante a passagem do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, no final da tarde
deste domingo (4). Natural de Cardoso, o corpo de Lucas deve chegar no
Cemitério daquele município por volta das 20h desta segunda-feira (5) e o sepultamento
será nesta terça-feira (6), às 8h, no Cemitério Municipal de Cardoso.
Ao lado de um amigo, Lucas estava a procura de um banheiro,
quando se apoiou no equipamento e sofreu uma descarga elétrica. Conforme caiu
na calçada, ele encostou o pescoço no equipamento e teve uma parada cardíaca.
O estudante Heitor Henrique Ciciliano, 21, junto com ele no
momento do acidente, lembra que estava atrás das grades de ferro (instaladas
pela CET nessa esquina para dar vazão aos foliões), quando percebeu que o amigo
havia caído.
Heitor conta que a ambulância demorou mais de meia hora para
chegar ao local e que, durante esse período, uma médica que estava no bloco
tentou reanimá-lo com massagens cardíacas. "Pedi ajuda em uma base da GCM
que estava perto, mas os policiais [guardas] disseram que não tinham
treinamento de primeiros socorros e não podiam mexer nele", disse o
estudante.
Lucas foi socorrido e levado para a Santa Casa, hospital da
região, mas não resistiu aos ferimentos.
No poste em que Lucas foi eletrocutado, na última
sexta-feira (2) haviam sido instaladas duas câmeras de segurança da empresa GWA
System, para monitorar a passagem do blocos. A empresa foi contratada pela
Dream Factory, que venceu a concorrência da gestão João Doria (PSDB), para
gerir o patrocínio de R$ 20 milhões do Carnaval de rua da cidade de São Paulo.
Procurada, a CET informou que está colaborando com a
investigação da Polícia Civil e que aguarda a conclusão da perícia sobre as
causas do acidente. As câmeras instaladas no poste não pertencem à companhia,
informou em nota.
Funcionários do restaurante Sujinho, que fica em frente ao
local do acidente, relataram que o poste de energia elétrica, onde foram
instalados os fios para ligar às câmeras, estava dando choque em quem passava
pela calçada. Um fio encapado liga as câmeras a um poste de energia que fica a
poucos metros do poste de sinalização.
Natural de Cardoso, no interior de São Paulo, o estudava
vivia desde 2015 na capital para cursar a faculdade de Engenharia Biomédica na
Universidade Federal do ABC. "Ele morava em uma república com mais cinco
amigos em Santo André, no ABC, e adorava o Carnaval de rua. Sempre pulávamos
juntos. Não tinha uma pessoa que não gostava do Lucas", diz o amigo
Heitor.
A empresa Dream
Factory confirmou que as câmeras pertencem à GWA Systems, contratada por
ela para monitorar o Carnaval de rua. A Dream Factory informou que somente uma
perícia irá confirmar a causa da morte do estudante. A empresa lamenta o
ocorrido e afirma estar à disposição da polícia para colaborar com as
investigações.
Fonte: Folha de São paulo