Prazo para troca de partido sem risco de perder o mandato, no caso de deputados, vai até o final do mês em meio a discussões sobre federações; propaganda partidária também começa
O mês também é decisivo em outro aspecto. Se for mesmo levar adiante sua tentativa de ser candidato à Presidência da República, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), irá renunciar ao mandato (Foto: Johnny Torres)
A abertura da janela partidária, conhecida como janela da “infidelidade”, dá início de fato ao jogo eleitoral deste ano. Se até agora partidos e políticos focam na pré-campanha, com a janela chegou o momento de decisões que vão definir o xadrez eleitoral e candidaturas. Em meio às mudanças nas regras, como fim de coligações e a possibilidade de federações partidárias com a união de siglas, a propaganda partidária está de volta. Políticos começaram a aparecer na telinha já neste sábado (26), e assim será até o final deste semestre.
O mês também é decisivo em outro aspecto. Se for mesmo levar adiante sua tentativa de ser candidato à Presidência da República, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), irá renunciar ao mandato. Com isso, o vice, Rodrigo Garcia, também do PSDB, irá assumir o comando do estado e tentar ser eleito governador. O presidente estadual do partido, Marco Vinholi, afirma que Doria deixa o posto até o final do mês. E na condição de governador, Rodrigo Garcia será um dos destaques da sigla no retorno da propaganda partidária.
Já os deputados que ocupam cargos devem retornar às suas cadeiras legislativas. Isso irá ocorrer com Itamar Borges (MDB), hoje secretário estadual de Agricultura. Ele vai retornar à Assembleia Legislativa para tentar a reeleição mais uma vez.
O “pula-pula” de siglas por parte de quem ocupa mandato que termina neste ano ocorre em meio à novidade adotada para esta eleição: a formação de federações partidárias. A medida permite a união de partidos na eleição, mas essa aliança deve durar por todo mandato. “A federação não deixa de ser o resgate das coligações. O MDB está conversando como os outros partidos”, disse o deputado licenciado Itamar Borges.
A formação de blocos partidários em federações foi avaliada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O prazo para formar as federações foi definido até o final de maio.
Menos partidos
Na avaliação do presidente da Assembleia Legislativa, Carlão Pignatari (PSDB), a regra irá resultar futuramente na redução de partidos. “A regra das federações está aí e os partidos têm que usá-las da melhor maneira e buscar se unir entre aqueles que possuem identidade”, afirma o cacique tucano.
Já o deputado federal Fausto Pinato deve deixar o PP em breve. O parlamentar tem mantido conversas com o MDB e também com o União Brasil, o partido formado com a fusão de DEM e PSL. Pinato integra partido da base aliada ao governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele apenas confirmou à reportagem que “sim”, pretende mudar de partido.
No União Brasil, que virou o maior partido do país com 81 deputados federais, e que tem quase R$ 1 bilhão de fundo eleitoral para este ano, a movimentação promete ser intensa. O deputado federal pelo partido na região e um dos dirigentes no Estado, Geninho Zuliani, pretende anunciar em março quais partidos devem ser aliados na corrida eleitoral. Ele afirma não saber quantos parlamentares devem sair e quantos devem aderir ao União. Isso será decisivo depois para escolha de candidatos. Os registros de candidaturas devem ser feitos até agosto. “Não temos como precisar antecipadamente o número de parlamentares que deverão deixar o partido, somente após o término deste período de transição para termos um balanço exato”, afirmou.
No PL, a previsão é que a legenda seja “turbinada” com Bolsonaro. O deputado federal da região pelo partido, Luiz Carlos Motta, diz que o “peso político” do presidente será crucial para a sigla. “É certo que o peso político do presidente da República é significativo para atrair filiações, além de puxar votos nas eleições.
O retorno da propaganda partidária começou com o Psol, partido que tem o vereador João Paulo Rillo, como presidente estadual. “Em tempos de fake news e governos negacionistas é fundamental o debate público e esclarecedor para garantir uma eleição minimamente civilizada, coisa que não aconteceu na eleição de 2018”, afirmou Rillo, que é pré-candidato a deputado estadual. O Psol está em tratativas para formar federação com a Rede.
*Com informações do Diário da Região.