Segundo o presidente, a melhora, percebida por ele, viria de uma "melhor comunicação" e de sua participação em debates e sabatinas
A afirmação foi feita em sabatina promovida pela RecordTV neste domingo, 23 (Foto: Reprodução)
Agência Estado
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em sabatina promovida pela RecordTV neste domingo, 23, que acredita que conseguiu reverter sua rejeição em alguns segmentos da sociedade neste segundo turno, como entre os eleitores da região Nordeste do País e os mais pobres. Segundo o presidente, a melhora, percebida por ele, viria de uma "melhor comunicação" e de sua participação em debates e sabatinas.
Sobre a comunicação, no entanto, apesar de reconhecer que o uso de palavrões possa gerar um afastamento com os eleitores, o presidente reclamou que este seja o critério de alguns. "Vocês não estão escolhendo um presidente em um desfile de etiqueta, ou de moda?", criticou.
Os dados das pesquisas eleitorais, entretanto, mostram outro cenário. Segundo o último levantamento do Datafolha, divulgado na quinta-feira, 20, Bolsonaro tem 29% das intenções de voto no Nordeste, enquanto Lula tem 67%. No primeiro levantamento do instituto após primeiro turno, no dia 5 de outubro, Bolsonaro tinha 28% dos votos no estado, enquanto o petista tinha 66%. A margem de erro desse recorte é 4 pontos porcentuais.
Ataques em propaganda
Bolsonaro (PL) negou que, em seus vídeos de campanha, ele ataque o seu adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "Não há nenhum ataque meu a outro candidato. As inserções que colocamos nas televisões é em grande parte, é vídeo do próprio Lula", defendeu o presidente durante sabatina.
Neste sábado, 22, por 7 votos a 0, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu direito de resposta a Lula após inserções da campanha do Bolsonaro veicular peças televisivas com material que associava o petista à criminalidade. O conteúdo usou dados da votação em presídios para afirmar que os encarcerados preferem Lula. A decisão da Justiça Eleitoral tirou quase 1 hora do presidente na TV na reta final do segundo turno.
O presidente também voltou a criticar a ausência do adversário, que chamou diversas vezes de "fujão", e afirmou que perguntaria ao petista questões referentes à aposentadoria. Bolsonaro voltou a criticar a tentativa petista de colá-lo ao ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que neste domingo, 23, reagiu contra policiais federais que foram à sua casa para tentar cumprir uma ordem de prisão.
"Nós somos vítimas do crime de ódio dessas pessoas e não ao contrário como o fujão deixa transparecer e me ataca de forma caluniosa", disse o presidente, em crítica ao adversário.
"Ele quebrará o Brasil", continuou o presidente, afirmando que o petista poderia adotar uma política econômica semelhante a da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Salário mínimo
Bolsonaro voltou a dizer que em um eventual novo mandato, em 2023, o salário mínimo do Brasil irá aumentar acima da inflação. O presidente também se comprometeu em conceder aumento real para aposentados, pensionistas e servidores públicos.
"Nós daremos sim um aumento acima da inflação para o salário mínimo, para os aposentados e para os servidores", disse o presidente. "Eu acredito no ministro Paulo Guedes, que é reconhecido fora do Brasil, os números da economia nossa realmente são de fazer inveja para a grande maioria dos outros países", afirmou.
"Se ele Guedes falou isso agora, eu tenho a certeza que ele tem meios e sabe como colocar em prática esses reajustes", declarou Bolsonaro. O aumento real do salário mínimo tem sido tema utilizado pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para criticar o governo do adversário.
Pix
O presidente durante sabatina que conversou hoje com representantes do Banco Central para procurar maneiras de aumentar a segurança do Pix, e diminuir casos como o de sequestro. Segundo o chefe do Executivo, o BC planeja uma ferramenta para que os donos das contas sejam identificados
"O Banco Central vai desenvolver um sistema para que todo mundo possa ser identificado. Poderia ser que você, quando abrir uma conta, pode mandar pelo zap para lá uma foto de modo que as contas ditas laranjas não têm a foto de alguém", disse. Após questionamento do apresentador sobre formas de fraudar esse sistema, Bolsonaro reconheceu que a medida talvez não seja o suficiente "mas começa a fechar o cerco", disse.
Bolsonaro reafirmou que a ferramenta "veio pra ficar" e que outros países, como os Estados Unidos e a Colômbia, têm interesse no Pix. O presidente, no entanto, colocou em xeque o interesse do presidente colombiano, Gustavo Petro, de implementar o recurso por estar mais interessado em "liberar cocaína", associando o dirigente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).