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Investigações da Abin Paralela podem custar a ‘cabeça’ de votuporanguense
Trata-se do delegado federal Alessandro Moretti, que é o atual diretor adjunto da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), mas pode ser exonerado a qualquer momento
publicado em 31/01/2024
O delegado federal votuporanguense, Alessandro Moretti, pode ser demitido a qualquer momento de seu cargo na Abin (Foto: Agência CNJ)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Um votuporanguense foi colocado no meio das polêmicas envolvendo as investigações sobre uma suposta “Abin Paralela”, que motivaram inclusive operações de busca contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos). Trata-se do delegado federal Alessandro Moretti, que é o atual diretor adjunto da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), mas pode ser exonerado a qualquer momento.
Nascido em Votuporanga, Moretti é filho de Jair Moretti, secretário de Governo e homem de confiança do atual prefeito de Rio Preto, Edinho Araújo (MDB). Ele não possui nenhum tipo de envolvimento com os casos apurados até aqui, mas serviria como uma peça “descartável” visando estancar o escândalo envolvendo a agência, já que os policiais federais envolvidos nas investigações afirmam que, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumir o Planalto, a direção da Abin “realizou ações que interferiram no bom andamento da investigação”.
Desde então o governo passou a avaliar a demissão da cúpula da Abin, mas, para preservar o atual diretor, Luiz Fernando Corrêa, que é homem de confiança do presidente, o caminho mais fácil, então, seria demitir o “número 2” do órgão, que é o votuporanguense. Alessandro Moretti foi diretor de Informação e Inovação da PF no governo Bolsonaro e, por isso, sempre foi visto com desconfiança por integrantes do governo Lula, sendo, portanto, o bode expiatório perfeito para a ocasião.
Desde que assumiu, aliás, já havia um movimento para derrubá-lo do cargo. A acusação era sempre a mesma, a de que o indicado é bolsonarista pelo fato de ter exercido cargo de chefia durante o governo Bolsonaro. Além de chefe de inteligência da PF, ele foi secretário-executivo da Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal entre 2019 e 2021, na gestão de Anderson Torres.
Em entrevista à Rádio CBN Pernambuco, ontem, Lula ressaltou a confiança que tem no diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa. "O companheiro que indiquei para ser diretor-geral da Abin é o que foi meu diretor da Polícia Federal entre 2007 e 2010. É uma pessoa que tenho muita confiança, e por isso eu chamei, já que não conhecia ninguém dentro da Abin. E esse companheiro montou a equipe dele", disse.
O presidente disse, no entanto, sem citar nominalmente Moretti, que, dentro da equipe de Corrêa, "tinha um cidadão, que é o que está sendo acusado, que é o que mantinha relação com o [Alexandre] Ramagem [ex-diretor da Abin]". "Inclusive, a relação que permaneceu já durante o trabalho dele na Abin. Se isso for verdade, e isso está sendo provado, não há clima para esse cidadão continuar na Polícia", declarou.
Ainda ontem a informação é de que a exoneração poderia sair a qualquer momento, mas até o fechamento desta edição o fato não foi confirmado.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
Endereço da notícia: www.acidadevotuporanga.com.br/geral/2024/01/investigacoes-da-abin-paralela-podem-custar-a-cabeca-de-votuporanguense-n78668