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Geral
Movimento Sem-Terra ganha força em Álvares Florence após retorno de Lula à presidência
Acampamento, que quase desapareceu no governo passado, agora recebe cada dia mais famílias de várias cidades da região
Depois de quase desaparecer durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), às margens da vicinal José Pinto Sobral – entre Álvares Florence e Américo de Campos – voltou a ganhar força com o retorno de Lula (PT) à presidência. A cada dia mais pessoas chegam ao local de forma que, segundo representantes do movimento, mais de 130 famílias já ocupam o espaço.
O acampamento foi montado em uma faixa de terra do DER (Departamento de Estradas e Rodagens) há cerca de sete anos. A mobilização, na verdade, começou em Votuporanga, há mais de uma década, ao lado da vicinal Adriano Pedro Assi, a conhecida Estrada do 27. Com o passar do tempo, porém, eles mudaram de local por duas vezes, até se estabelecerem em Álvares Florence.
O jornal A Cidade esteve na área e conversou com os acampados. Eles dizem que tiveram as esperanças de conseguirem a doação de uma área renovadas com a volta de Lula ao governo.
“Quando começamos aqui a Dilma ia dar o nosso pedaço de chão, mas aí tiraram ela e colocaram o [Michel] Temer, né, aí de lá para cá enfraqueceu. Aí chegou o abençoado [Jair Bolsonaro] e acabou de rachar tudo. Mas agora que entrou o Lula a gente tem a esperança de que agora vai dar tudo certo e nós vamos pegar a nossa terrinha”, disse Luiz Nunes de Sousa, que está no acampamento desde o princípio.
Luiz é casado com Maria Madalena Silva Sousa, que é respeitada como uma das lideranças do movimento. É dona Madalena, como é conhecida, que diz onde as famílias que estão chegando agora podem construir seus barracos e orienta a todos sobre as regras a serem seguidas.
“Durante o governo passado o povo abandonou, roubaram tudo o nosso acampamento, nossa cozinha, tudo. Já cheguei a ficar 26 dias sozinha aqui, só Deus e eu. Agora o povo está chegando e como sou uma das mais antigas fico como uma referência eles chegam e perguntam onde que podem fazer a casinha, aí vou lá e mostro onde podem fazer, porque tem que ter organização. As vezes o pessoal acha que estou chamando a atenção deles, mas não é isso, estou alertando, porque estou aqui faz muito tempo, dia e noite, e a gente sabe como tem que ser”, disse Madalena.
Uma das famílias que chegou recentemente e recebeu as orientações de Madalena é a do senhor Marcelo Justino Favero. Ele é morador de São José do Rio Preto e veio para o acampamento acompanhado da esposa e do filho.
Juntos, no momento em que a reportagem estava no local, eles montavam o barraco que irá lhes abrigar por tempo indeterminado, feito de lona, pedaços de madeira e restos de materiais de construção. “É um sonho da gente ter uma moradia e uma terra para gente plantar e poder trabalhar. Ninguém veio aqui para pegar terra e ficar parada, é para trabalhar. Agora é um começo, não é fácil essa luta, não tem água, não tem uma privada para gente fazer as necessidades, não tem energia, mas acredito que vai valer a pena. Se Deus abençoar e mais para frente a gente ganhar essas terrinhas, vamos poder trazer alimentos para outras pessoas que precisam”, afirmou.
Perigos e ofensas Além das dificuldades sanitárias, como mencionou Marcelo, a vida no acampamento também reserva uma série de perigos. O local já foi alvo de criminosos por diversas vezes, que inclusive roubaram o gerador de energia que eles tinham, dentre outros materiais.
Além disso, por estarem às margens da rodovia, os riscos de acidente são grandes. Um barraco, inclusive, já chegou a ser destruído por um carro que capotou na pista. À época, dois moradores do acampamento ficaram feridos.
Arieli Maria Paixão Nobre, que integra o movimento há mais de nove anos, também afirma que os acampados sofrem com o preconceito. Muitos passam na vicinal xingando e ofendendo as famílias. “Hoje não, mas futuramente podemos ser nós a pôr a comida no prato daqueles que falam que a gente não trabalha. Se não plantar, não colhe e somos nós que vamos plantar para eles comerem. Tudo o que queremos é lutar pelo nosso sonho”, completou.
Reuniões Tanto os novos integrantes, como os mais antigos se reúnem todo o terceiro domingo do mês para discutir os futuros do movimento e regularização junto ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). As reuniões são coordenadas por uma integrante do movimento conhecida como Alessandra Moreno e envolvem também outras lideranças do MST na região, como o conhecido Padre Severino, de Promissão, que já ficou conhecido nacionalmente como o padre do MST.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
Endereço da notícia: www.acidadevotuporanga.com.br/geral/2024/01/movimento-sem-terra-ganha-forca-em-alvares-florence-apos-retorno-de-lula-a-presidencia-n78440
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