O jornal A Cidade segue com a série “Votuporanguenses pelo Mundo” com relatos sobre o coronavírus em vários lugares
Vanessa Rocha Costalonga, 31 anos, mora em Brisbane ( Foto: Arquivo Pessoal)
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Na Austrália, as fronteiras entre os estados estão fechadas, foi o que revelou a estudante Vanessa Rocha Costalonga, 31 anos, para a série do jornal A Cidade “Votuporanguenses pelo Mundo”, com relatos de pessoas de Votuporanga sobre o coronavírus em vários lugares.
Vanessa mora há um ano e dois meses em Brisbane, que é a capital do estado de Queensland, terceira maior cidade do leste do país. No estado, são mais de 920 casos de covid-19 confirmados e quatro mortes. Em todo o país, os casos ultrapassam 12 mil, com 220 mortes e mais de 3.400 pessoas recuperadas.
A estudante descreveu o momento como uma “tímida quarentena”, o que significa que muitos serviços continuam funcionando, porém com horários reduzidos e evitando aglomerações. “Foram cancelados grandes eventos, primeiro reduzindo para 500 pessoas, depois para 100 e posteriormente para duas, que é o que estamos hoje”, explicou.
A votuporanguense entende que não há um número alto de casos no país porque a população da Austrália não é tão grande. “O país é grande, mas é pouco povoado, isso quer dizer que não é igual ao Brasil. A expansão territorial é grande, mas não é lotado de gente, então acredito que por causa disso temos um número menor de contaminação”.
Também foi limitado o número de visitantes por casa: são permitidas duas pessoas. Mais do que isso o infrator está sujeito a uma multa de 1.300 dólares. Para ir à praia, por exemplo, não são permitidos grupos, somente em duas pessoas, assim como exercícios ao ar livre. “É você e seu personal trainer”. Outra regra é o distanciamento social: o máximo que uma pessoa pode chegar perto da outra é um metro e meio. “Nos elevadores são permitidas, no máximo, quatro pessoas”.
Atualmente, somente australianos ou cidadãos permanentes podem entrar na Austrália. Ela observou que há muitas pessoas com visto de estudante entrando e saindo do país, então muitos brasileiros ficaram no Brasil sem poder retornar. Outro fato revelado pela estudante é que as fronteiras dos estados estão fechadas. “Eles fecharam entre si, e você não pode viajar pelo país, só dentro do seu estado. Não pode ir e vir onde quiser e a hora que quiser, para tentar evitar que o pessoal fique indo e vindo sem necessidade e levando o vírus, querendo ou não”, contou. As escolas estão funcionando por meio de aulas online.
Os restaurantes e bares, esclareceu, funcionam somente para delivery. Ela contou que há muitos estudantes de outros países que trabalham nesses estabelecimentos, portanto a situação se tornou um grande problema para essas pessoas, porque muitas perderam seus empregos. “Tem muita gente ajudando, já que muitos estudantes internacionais estão sem dinheiro, até para comer”, relatou.