Da redação
O Secez (Setor de Controle de Endemias e Zoonoses) da prefeitura de Votuporanga tem investido em informar as crianças e adolescentes sobre a leishmaniose, uma zoonose comum ao cão e ao homem. Na quarta (21) e quinta-feira (22) os alunos do 1º ao 5º ano do CEM "Profª Irma Pansani Marin" participaram da palestra.
Sob a coordenação da profissional de Informação, Educação e Comunicação do Secez, Adelice Silva, as crianças aprenderam sobre a doença; sintomas, prevenção e tratamento.
"Estamos orientando as crianças porque elas são grandes informantes dentro de suas casas. Elas atingem diretamente os pais e outros adultos de dentro de casa. A informação é importante para a prevenção da doença", ressaltou a educadora Viviane Aliena Grygonis Ferrarezi.
Durante a palestra, cartazes e painéis ficaram expostos para que todos pudessem conhecer os sintomas da doença; as crianças também esclareceram suas dúvidas. Um folder explicativo que se transforma em jogo didático foi distribuído como presente às crianças.
As outras escolas do município também devem ser beneficiadas com as palestras.
Dados
De janeiro até agora foram realizados 2.332 exames em animais do município. Destes, foram confirmados 356 casos da doença.
A doença
A leishmaniose é considerada um grande problema de saúde pública, representa um complexo de doenças com importante espectro clínico e diversidade epidemiológica.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 350 milhões de pessoas estejam expostas ao risco com registro aproximado de dois milhões de novos casos das diferentes formas clínicas ao ano.
A leishmaniose tegumentar tem ampla distribuição mundial e no Continente Americano há registro de casos desde o extremo sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, com exceção do Chile e Uruguai.
É considerada pela Organização Mundial da Saúde, como uma das seis mais importantes doenças infecciosas, pelo seu alto coeficiente de detecção e capacidade de produzir deformidades.
No Brasil, a Leishmaniose Tegumentar Americana(LTA) é uma das afecções dermatológicas que merece mais atenção, devido à sua magnitude, assim como pelo risco de ocorrência de deformidades que pode produzir no ser humano, e também pelo envolvimento psicológico, com reflexos no campo social e econômico, uma vez que, na maioria dos casos, pode ser considerada uma doença ocupacional. Apresenta ampla distribuição com registro de casos em todas as regiões brasileiras.
O modo de transmissão é através da picada de insetos transmissores infectados. Não há transmissão de pessoa a pessoa.
Para evitar os riscos de transmissão, algumas medidas preventivas de ambientes individuais ou coletivos devem ser estimuladas, tais como:
o Uso de repelentes quando exposto a ambientes onde os vetores habitualmente possam ser encontrados; o Manejo ambiental por meio de limpeza de quintais e terrenos, a fim de alterar as condições do meio que propiciem o estabelecimento de criadouros para formas imaturas do vetor; o Poda de árvores, de modo a aumentar a insolação, a fim de diminuir o sombreamento do solo e evitar as condições favoráveis (temperatura e umidade) ao desenvolvimento de larvas de flebotomíneos; o Destino adequado do lixo orgânico, a fim de impedir a aproximação de mamíferos comensais, como marsupiais e roedores, prováveis fontes de infecção para os flebotomíneos; o Limpeza periódica dos abrigos de animais domésticos; o Manutenção de animais domésticos distantes do intradomicílio durante a noite, de modo a reduzir a atração dos flebotomíneos para este ambiente.
Para mais informações, o Secez de Votuporanga fica situado na rua Santa Catarina nº 3890 (anexo ao prédio da Secretaria de Saúde). O telefone é o (17) 3405-9787 - ramal 9786.