Situação serve como alerta para o Brasil todo, principalmente porque a doença tem afetado de forma grave um público que normalmente não é tão atingido, os jovens, segundo o prefeito
De acordo com boletim divulgado na quarta-feira (17), Araraquara está com 100% dos leitos de enfermaria e UTI ocupados (Foto: Reprodução/Facebook)
A pandemia de Covid-19 está grave em Araraquara. E de acordo com o prefeito da cidade, Edinho Silva (PT), isso serve como alerta para o Brasil todo, principalmente porque a doença tem afetado de forma grave um público que normalmente não é tão atingido, os jovens.
Edinho explicou que, diante do aumento de casos, internações e mortes na cidade, a prefeitura enviou amostras de coronavírus dos cidadãos para o Instituto de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). Foi feito um sequenciamento do vírus, o que mostrou alta quantidade da variante encontrada em Manaus. Isso pode ter causado a maior infecção em Araraquara, o que serve de prenúncio para o país, segundo Edinho.
"Eu penso que é algo que tem que alertar o estado de São Paulo e o Brasil. Historicamente, o coronavírus só evoluía em pacientes com mais de 60 anos ou com fragilidade física. Agora não. Começamos a ver uma doença que evolui de forma rápida em pacientes jovens e clinicamente saudáveis. Isso chamou atenção", afirmou Edinho em entrevista à Globonews.
De acordo com boletim divulgado na quarta-feira (17), Araraquara está com 100% dos leitos de enfermaria e UTI ocupados. Edinho explicou que a cidade está com dificuldades para abrir novos leitos e acrescentou que falta estrutura para aumentar a oxigenação nos hospitais. O prefeito disse que essa crise de infraestrutura pode se repetir no país.
"O Governo de São Paulo autorizou a prefeitura a gerar leitos. Mas não adianta só autorizar leitos. O leito não é só a cama. Significa ter infraestrutura para que esse leito funcione. E todas cidades têm dificuldades para montar equipes médicas. E outra dificuldade é o que vimos em Manaus, que parecia uma cena dantesca à distância, mas é a falta de produção de oxigênio. É a falta de infraestrutura de produzir gases medicinais, que dê condição de jogar isso no pulmão do paciente. Então temos hoje um problema de infraestrutura. E o que vivemos em Araraquara é um prenúncio do que está por vir em São Paulo e no Brasil. As autoridades têm que ter dimensão do que está por vir. Estamos em uma situação mais séria do que em 2020", alertou Edinho.
Desde o começo da pandemia, Araraquara registrou 12.631 casos e 158 mortes. Nesta semana a cidade tem registrado recordes de testes positivos e começou a fazer um lockdown, com fiscalização intensa, para tentar controlar a situação.
*Com informações do UOL