Infecção teria acontecido na chamada 'janela imunológica', antes delas tomarem a segunda dose do imunizante contra a doença
A Secretaria da Saúde confirmou que votuporanguenses contraíram Covid-19 após serem vacinados (Foto: Prefeitura de Votuporanga)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
A Secretaria da Saúde de Votuporanga confirmou na sexta-feira (26), com exclusividade ao
A Cidade, que houve o registro de votuporanguenses que contraíram coronavírus mesmo após tomarem a primeira dose da vacina. A Pasta não soube precisar, no entanto, quantos casos foram registrados, já que não há um cruzamento de dados entre os que tomaram a vacina e os que pegaram a doença.
Uma das infectadas seria, inclusive, uma funcionária da Secretaria da Saúde, que chegou a ficar internada em razão de complicações da doença, mas recebeu alta recentemente. Casos semelhantes ao dela ganharam muita repercussão nos últimos dias, principalmente depois que a enfermeira Maria Angélica de Carvalho Sobrinho, de 53 anos, primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 na Bahia, testou positivo e também precisou ser internada.
A situação é tida como “comum”, já que para a vacinação atingir a eficácia máxima, é preciso que a pessoa tome as duas doses e respeite a “janela imunológica”, que é o período que o organismo leva para produzir os anticorpos do imunizante.
“Importante ressaltar que existe um período para o desenvolvimento de anticorpos. A vacina reduz a possibilidade de casos graves e deles evoluírem para óbito”, disse a Prefeitura de Votuporanga, em nota.
Tempo
Segundo a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunização), em média o tempo mínimo para que o sistema imune esteja apto a responder adequadamente contra a presença de qualquer agente patogênico causador de doenças é de, no mínimo, 14 dias após receber a primeira dose de uma vacina. Mas cada imunizante tem seu próprio tempo médio para ativar o sistema imunológico, conforme descrito por seus fabricantes.
No caso das duas vacinas que já chegaram em Votuporanga, a CoronaVac, do Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e a AstraZeneca, produzida na Fiocruz em parceria com a universidade de Oxford, o tempo para proteção varia.
O Instituto Butantan afirma que são necessárias, em geral, duas semanas após a segunda dose para que a pessoa esteja protegida, já que esse é o tempo que o sistema leva para criar anticorpos neutralizantes que barram a entrada do vírus nas células. Ainda segundo o instituto, uma quantidade maior de anticorpos pode ser registrada até um mês após o fim da vacinação, também variando de indivíduo para indivíduo.
Já a dose da AstraZeneca, por exemplo, é capaz de atingir uma eficácia geral de proteção da ordem de 76% 22 dias após a aplicação da primeira dose. O percentual pode superar os 82% após a pessoa receber a segunda dose, segundo a Fundação Oswaldo Cruz.