Dr. Lucas Amaral contou que a doença está agindo com mais frequência em mais de um ente familiar
Casos de famílias completas internadas e esperando algum leito de UTI têm preocupado profissionais da linha de frente (Foto: A Cidade)
Fernanda Cipriano
Estagiária sob supervisão
fernanda@acidadevotuporanga.com.br
Desde o começo da alta nos casos de coronavírus, em Votuporanga, as páginas do
A Cidade vem contando histórias de famílias, quase inteiras, que tiveram suas vidas ceifadas por conta da doença. O médico intensivista da UTI Covid, Lucas Amaral, contou que a doença está agindo com mais frequência em mais de um ente familiar, e não vê normalidade nesses casos de internações.
O Dr. Lucas ainda não sabe explicar o porquê da nova variante da Covid-19 estar acometendo famílias inteiras, no processo que tem sido mais rápido e agressivo. “A gente não vai ter a capacidade evolutiva para entender, mas é uma doença de acometimento familiar, então a gente chegou a ter dentro da UTI quatro pessoas da mesma família internada. Isso não é comum para mim, não é comum o marido, a esposa e o filho ficar um ao lado do outro dentro da UTI”, disse ele.
Nesta semana, um caso parecido resultou em vítimas fatais. A senhora Luciane Fernandes Tassi, de 48 anos, faleceu quatro horas após o seu marido, Antonio Carlos Tassi, de 56 anos. Eles adoeceram juntos, estavam internados na Santa Casa e não resistiram as complicações, na última quinta-feira (18).
“Existe um cunho familiar, uma predisposição importante para a doença se apresentar de forma agressiva. A sensação que a gente tem é que a pessoa pode tomar o que tem dentro de casa, pode usar cápsula, o que quiser. Se tiver que ter a forma grave, vai ter, infelizmente, independente do que ela faça antes de chegar à UTI”, explicou ainda.
Catástrofe
O médico destacou ainda que a situação se colocada na ponta do lápis, tem sido calamitosa, isso pela grande quantidade de pacientes esperando para conseguir um leito. “Catástrofe é a capacidade de eu não conseguir atender a minha demanda, a partir do momento que eu tenho paciente no pronto-socorro, UPA, pronto-socorro de Cosmorama, paciente de Parisi esperando uma vaga de UTI e não temos, isso é preocupante e catastrófico”, completou.