Bate-papo foi realizado na terça-feira (23) e contou com a presença do vice-prefeito de Américo de Campos, Naldinho Rodrigues (Cidadania)
Provedor da Santa Casa reforçou que a população precisa fazer a sua parte (Imagem: Reprodução/Redes sociais)
A Santa Casa de Votuporanga foi convidada para uma live na terça-feira (23/). O provedor Luiz Fernando Góes Liévana participou do bate-papo com o vereador de Américo de Campos, Mailton Morais (Cidadania) e com o vice-prefeito, Naldinho Rodrigues (Cidadania).
Entre os assuntos abordados: a atual situação do hospital na pandemia do coronavírus, estrutura e profissionais, dificuldades diárias e muito mais.
Luiz Fernando explicou como os atendimentos Covid-19 tiveram início. “Estávamos nos estruturando para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) coronariana e nos adaptamos para a nova demanda. Em menos de um mês, adequamos nosso espaço para um Pronto Atendimento próprio para doenças respiratórias, uma UTI com 10 leitos e uma ala exclusiva destes pacientes”, contou.
A Santa Casa começou em março de 2020 sem leito de isolamento disponível. "Em abril, criamos 10 vagas para UTI Covid-19 e 14 de enfermaria. Já em julho, foi o nosso primeiro pico, onde tivemos que aumentar nossa estrutura, que envolve espaço físico, equipamentos, profissionais, aumento de medicações. Neste período, fomos para 18 leitos de Unidade de Terapia Intensiva e 25 de enfermaria. Hoje, estamos com 28 leitos de UTI e 37 leitos de enfermaria, atingindo a ocupação máxima para pacientes graves e transferindo casos para outras cidades”, complementou.
Situação atual
O provedor pediu a união de todos. “Os hospitais filantrópicos estão em colapso. O coronavírus trouxe um déficit maior financeiro e uma demanda que não para de crescer. Precisamos rever a tabela SUS urgentemente, que há anos não sofre reajuste e que as Prefeituras possam pagar a subvenções mensais, que nos auxiliam em nossos atendimentos”, disse.
Luiz Fernando reforçou que a população, principalmente, precisa fazer sua parte. “Estamos há mais de um mês com nossa UTI Covid com taxa de 100% de ocupação e nossa enfermaria quase atingindo também. A média de permanência de um paciente na UTI é de 18 dias, o que reduz o rodízio destes assistidos. Uma de nossas medidas efetivas recentemente foi a troca do reservatório de oxigênio, uma vez que nossa demanda praticamente dobrou”, afirmou.
Desafios
Ele ressaltou as dificuldades diárias financeiras, de estrutura física e de pessoal, que se potencializaram ainda mais com o coronavírus. “No momento, estamos em busca de recursos financeiros, contratação de profissionais de saúde, equipamentos e medicamentos para seguimos na guerra contra Covid-19”, falou.
Profissionais de saúde
O provedor agradeceu o empenho dos profissionais de saúde. “São verdadeiros heróis. Estão há um ano trabalhando ininterruptamente para salvar vidas. Desde o começo, estão na linha de frente, se arriscando e se isolando de suas famílias para atender quem precisa. Com o tempo, estão cansados, mas sempre priorizando a assistência hospitalar. Neste momento, quero deixar meu reconhecimento e gratidão a médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, cozinha, limpeza, recepção, farmácia e até mesmo os setores administrativos sentem uma mudança muito grande, um aumento de trabalho e alteração nas rotinas, com protocolos novos que vão desde a paramentação até a suspensão de visitas”, destacou.
Como ajudar o hospital?
Luiz Fernando contou que o auxílio pode ser feito de diversas formas. “A população pode contribuir com alimentos, produtos de higiene, equipamentos de proteção individual, dinheiro, da forma que for possível para cada um. Vou deixar aqui o contato da Mariana, que é do nosso setor de Captação de Recursos para quem tiver interesse em nos ajudar de qualquer forma, pode falar com ela no (17) 9 8101-7479. Algumas cidades também estão organizando arrastões de alimentos e já agradecemos imensamente cada um pela iniciativa”, enfatizou.
Agradecimento
Para finalizar, ele agradeceu a todos. “A Santa Casa nunca esteve sozinha nesta pandemia. Sentimos o movimento de toda uma região e grupos em prol de nossos pacientes. Recebemos doações de alimentos, empresas que destinam álcool semanalmente, artistas que fazem lives. Além disso, nossa gratidão para grupos de cidades que costuram máscaras. Recebemos orações, cartas de alunos, tudo isso mantém nossas forças e renovam nossa esperança. Então eu, em nome de toda a diretoria, médicos, colaboradores, pacientes e voluntários, preciso agradecer. Nosso muito obrigado!”, frisou.
Luiz Fernando pediu para que a população possa cumprir as medidas de prevenção. “Este é um momento muito crítico para todos. Seguimos com as medidas de prevenção: usem máscaras, higienize suas mãos e nos ajude a conseguir continuar salvando vidas”, concluiu.