Levantamento feito pelo jornal A Cidade revela ainda que outras nove pessoas estão na fila à espera de um leito hoje na Unidade
Cleide Aparecida Faggion Kakushi esperou uma vaga de UTI por sete dias, mas não resistiu (Foto: Arquivo pessoal)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Um levantamento exclusivo feito pelo jornal
A Cidade junto à Secretaria Municipal de Saúde mostra um balanço trágico do colapso do sistema de saúde em Votuporanga, na região e no Estado. De acordo com os dados, em dez dias de funcionamento, 13 pessoas morreram à espera de um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para pacientes com Covid-19, dentro do Hospital de Campanha.
O mais recente caso foi o da senhora Cleide Aparecida Faggion Kakushi, de 63 anos. Ela faleceu na noite de terça-feira (16), vítima de uma arritmia cardíaca, por complicações da Covid-19. De acordo com seu filho, Adriano Kakushi, ela estava intubada e aguardando transferência para a UTI há sete dias, mas acabou não resistindo à espera.
Dona Cleide residia no Pozzobon, na rua Rio Negro, era costureira e fazia parte do apostolado, além de ser ministra da eucaristia na Paróquia Santa Joana. Deixa o filho Adriano, a nora e um neto que ainda está por vir. Seu sepultamento ocorreu ontem, às 10h30, no Cemitério Municipal de Votuporanga.
Em nota, a Prefeitura afirmou que todos os pacientes que morreram estavam assistidos e que os atendimentos foram devidamente prestados pela equipe médica da Unidade, que monitora todos aqueles que aguardam transferência.
Atendimentos
Ainda de acordo com o levantamento feito pelo
A Cidade, na primeira semana após a transformação da UPA em Central de Atendimento Covid foram registrados em média 170 atendimentos por dia.
Até o fechamento desta edição, além dos nove pacientes em respiradores aguardando transferência para UTI, outros 11 pacientes estavam internados em enfermaria aguardando vagas em enfermaria hospitalar.