Segundo estimativas da Unidade de Coleta de Sangue do município, uma bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas – e quase 1,5 mil bolsas foram coletadas entre janeiro e setembro deste ano
Considerando que 1.490 bolsas foram coletadas até setembro, dá para estimar que o ato solidário salvou 5.960 vidas neste período (Foto: Prefeitura de Votuporanga)
Pedro Spadoni
pedro@acidadevotuporanga.com.br
Doar sangue salva vidas. Isso não é exagero, é um fato. Tanto que, segundo uma estimativa da Unidade de Coleta de Sangue “Dr. Elcio Sanchez Estevez” de Votuporanga, uma bolsa pode salvar até quatro vidas. Considerando 1.490 bolsas foram coletadas entre janeiro e setembro deste ano, conforme revelou um levantamento do jornal
A Cidade junto à Unidade, dá para estimar que o ato solidário salvou 5.960 vidas neste período.
Apesar do número considerável de doações e vidas salvas, no começo de setembro a Prefeitura divulgou que a Unidade de Coleta precisava de sangue do tipo O positivo com urgência. Isso porque durante a pandemia houve uma grande redução no número de doadores, segundo a Administração.
O levantamento da reportagem traz dados detalhados sobre doadores, bolsas coletas e até doações de medula óssea realizadas nos primeiros nove meses deste ano.
Coletas
Entre janeiro e setembro deste ano, a Unidade atendeu 1.732 doadores. No período analisado, agosto foi o mês em que a Unidade registrou fluxo mais intenso de doadores. Neste mês, 243 pessoas passaram por lá para doar sangue e/ou medula óssea. Já o mês com menor número registrado de doadores foi março, quando “apenas” 152 pessoas fizeram doações.
Consequentemente, observa-se o mesmo “fenômeno” nos dados relacionados às bolsas de sangue coletadas: o maior número foi registrado em agosto (198) e o menor foi em março (125).
Já em relação às doações de medula óssea, o cenário é diferente e os números são bem menores. No total, 42 doações foram realizadas entre o primeiro e o nono mês deste ano. O mês em que a Unidade registrou mais doações foi janeiro, quando nove pessoas doaram. Já o menor número foi, curiosamente, registrado em agosto, quando apenas uma pessoa realizou a doação.
Doações
De acordo com a Prefeitura, a regularidade da doação é importante para que haja armazenamento suficiente de bolsas de sangue na Unidade de Coleta.
O sangue doado não é utilizado apenas em pacientes que sofreram acidentes que ocasionaram perda sanguínea, mas também em cirurgias de grande porte e transfusão para pacientes com doenças crônicas.
Os dias e horários de atendimento, tanto para o serviço de coleta de sangue quanto para cadastramento de medula são às terças-feiras, das 15h às 18h; às quintas, das 8h às 11h; e, todo primeiro sábado de cada mês, mas sob agendamento prévio, exceto quando for feriado.
Todos os profissionais já foram vacinados contra a Covid-19, segundo a Administração, e o local também segue todas as normas de segurança, por meio da intensificação das medidas de higienização, além da disponibilização do álcool em gel 70% e utilização de máscaras faciais.
A nova sede da Unidade de Coleta de Sangue fica na Avenida da Saudade, nº 2.603, no bairro Cidade Nova. O telefone é (17) 3423-2986 ou WhatsApp (17) 98116-7145. O atendimento funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h.
Regras
Os interessados em fazer o cadastro para doação de medula, precisam ter entre 18 e 35 anos, estar com boa saúde e não possuir histórico de doenças infecciosas, câncer ou deficiências no sistema imunológico, como HIV, diabetes tipo 1 e lúpus.
Já para ser doador de sangue é preciso estar bem de saúde; ter idade entre 16 a 69 anos (menores de 18 anos devem estar acompanhados dos responsáveis), o homem deve pesar mais de 50kg e a mulher mais de 51kg. A primeira doação deve ser antes dos 60 anos e pessoas com tatuagens também podem doar após um ano de realização do procedimento.
Pela manhã, evitar jejum e se alimentar normalmente e, no período da tarde, aguardar três horas após o almoço. Caso esteja fazendo uso de algum medicamento, levar o nome do remédio.
Durante o período de um ano, homens e mulheres possuem intervalos diferentes para doação pois, doadores do sexo masculino podem realizar até quatro vezes com intervalo mínimo de dois meses entre cada doação e, as mulheres, podem doar até três vezes com o período de três meses entre uma doação e outra.
Antes de doar sangue é importante dormir bem por pelo menos seis horas, evitar jejum e o uso de bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores, fazer refeições leves e não fumar uma hora antes.
Outras regras
Quem já foi infectado pelo coronavírus e tomou remédios que ficaram conhecidos popularmente como “kit Covid”, usados no “tratamento precoce” (que é ineficaz contra a Covid, segundo o consenso entre cientistas), deve obedecer a outras especificidades, que variam de acordo com o medicamento tomado e o prazo.
Casos positivos que fizeram tratamento com Azitromicina podem doar sangue 15 dias após ingerir o último comprimido. Já os que realizaram tratamento com Hidroxicloroquina podem doar 60 dias após ingerir o último comprimido. Por fim, os que realizaram tratamento com Ivermectina podem doar sete dias após ingerir o último comprimido.
Mesmo diante desses protocolos, os casos serão analisados individualmente no momento da triagem na Unidade de Coleta, podendo haver alterações na conduta.
Já em relação às pessoas que tiveram contato com casos positivos de Covid podem doar 15 dias após o final da quarentena estipulada na alta pelo médico.