O médico e secretário-executivo do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Votuporanga, dr. Chaudes Ferreira Júnior, atribuiu o aumento à chegada da variante ômicron
Para o secretário-executivo do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, dr. Chaudes, o grande problema da ômicron é a sua alta transmissibilidade (Foto: A Cidade)
Pedro Spadoni
pedro@acidadevotuporanga.com.br
Cinco meses em um. Este é o resultado do balanço de casos novos de Covid-19 registrados em Votuporanga desde 1º de janeiro até ontem em comparação ao ano passado. Isso porque o número de casos registrados em menos de um mês chegou perto ao registrado entre janeiro e maio de 2021, época em que o município enfrentou a segunda onda da doença. É o que revela um levantamento feito pelo jornal
A Cidade junto aos Boletins Epidemiológicos divulgados diariamente pela Prefeitura.
De acordo com os informes, pouco mais de 5,1 mil casos novos de Covid foram diagnosticados em Votuporanga neste mês, até a tarde de ontem (confira os dados completos do Boletim Epidemiológico no final desta reportagem). E nos primeiros cinco meses do ano passado, o município registrou 5.383 casos novos da doença. Já comparando janeiro de 2022 com janeiro de 2021, o total de casos novos registrados mais que quadruplicou.
O médico e secretário-executivo do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Votuporanga, dr. Chaudes Ferreira Júnior, atribuiu o aumento rápido no número de casos positivos da doença no município à chegada da variante ômicron. Chaudes explicou que o grande problema da nova variante é sua alta transmissibilidade. Segundo o médico, essa taxa é de 1 para 16, isto é, cada infectado pode transmitir para até 16 pessoas. Ele também reforçou que isso não era motivo de pânico, mas sim de cuidados.
“O que é bom é que estamos com um perfil de vacinação muito bom e isso diminuiu muito a gravidade da doença, o que ficou muito claro para todo mundo. Estamos tendo hoje uma demanda muito alta, mas é de primeiro atendimento, não só com a Covid, mas também com o impacto da influenza [gripe] junto com a dengue, mas não de internações e casos de UTI, como já tivemos”, explicou Chaudes.
Mortes
Apesar da explosão de casos novos de Covid ter assustado os votuporanguenses no começo deste ano, o número de mortes causadas pela doença é outro dado que reflete essa mudança de perfil apontada pelo dr. Chaudes. Isso porque do dia primeiro até ontem, nove pessoas tinham sido vítimas da doença, apenas uma a mais do que o registrado em janeiro do ano passado. Ou seja, mesmo a cidade tendo registrado um número de casos novos 408% maior, o total de mortes foi 12,5% maior.
Essa diferença entre casos e mortes por Covid acontece, principalmente, por conta do avanço da vacinação contra a doença no município. Numa pessoa com o esquema vacinal completo, por exemplo, a doença tende a causar sintomas mais leves do que numa que não tenha recebido a primeira e/ou a segunda dose do imunizante.