Pedro Spadoni
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Como diz a sabedoria popular: é melhor prevenir do que remediar. Mas a alimentação funciona tanto para uma ação quanto para outra, porque influencia a imunidade do organismo e os processos que expulsam invasores indesejados, como bactérias ruins – sim, existem boas – e vírus.

Em tempos de surtos de gripe, causada pelo vírus da influenza, e Covid, causada majoritariamente pela variante ômicron, o jornal A Cidade conversou com a nutricionista Jéssica Tofolo da Silva, do SanSaúde, que deu dicas de alimentação para melhorar tanto a imunidade contra as doenças quanto a recuperação delas.

Prevenir

Em relação à prevenção contra essas doenças, no que diz respeito a alimentação a principal dica é consumir alimentos que sejam ricos em vitamina C, conforme orientou a nutricionista. Entre eles estão: laranja, tangerina, abacaxi, maracujá, acerola e morango. Aliás, o consumo diário ideal é de duas frutas.

Depois, Jéssica disse que vêm os vegetais verde-escuro, que são ricos em ferro. Nesta categoria, entram, por exemplo: couve, brócolis, espinafre, rúcula e agrião. Na verdade, consumi-los previne a anemia, causada pelo baixo nível de ferro no sangue, mas a nutricionista explicou que a melhora da imunidade acaba sendo uma consequência.

No terceiro lugar do pódio da nutricionista estão os probióticos, carboidratos que não são digeridos pelo organismo humano e que contribuem para a manutenção da flora intestinal. Eles são encontrados nos leites fermentados, iogurte com lactobacilos, fibras solúveis das frutas (inclusive em suas cascas) e cereais integrais.

“Se a gente tem quadro de intestino muito preso, desinteria ou diarreia, perdemos as bactérias ruins e boas. As ruins se proliferam muito mais rápido. Então, precisamos ‘alimentar’ as bactérias boas, para que elas combatam as ruins. Com o intestino funcionando bem, a nossa defesa fica mais resistente. A defesa do nosso organismo fica no intestino”, explicou Jéssica.

Outras “menções honrosas” da nutricionista foram: vitamina D (luz do sol); vitamina A (cenoura, abóbora, manga, gema do ovo etc); zinco e magnésio (castanhas no geral, semente de abóbora, abacate, feijão, carne vermelha, chocolate amargo etc); e Omega 3 (linhaças e peixes gordurosos, como salmão, atum e sardinha).

Remediar

Todas as categorias – e os alimentos em si – citados pela nutricionista para melhorar a imunidade também servem para ajudar na recuperação da gripe e da Covid.

Além deles, há alguns que servem, neste caso, mais para remediar do que prevenir. É o caso, por exemplo, do mel, principalmente aqueles com probióticos, vendidos em farmácias. 

“O mel é bom porque contém ação de desintoxicante, principalmente expectorante. Ajuda muito a lubrificar a garganta e diminuir inflamação para quem está com tosse. Nesse caso, o mel com própolis é o mais recomendado. O própolis em gotas também ajuda a desinflamar e lubrificar. Também entra com expectorante”, explicou Jéssica. Ela acrescentou, porém, que o mel não é recomendado para bebês com menos de um ano.

Os chás também ajudam na recuperação, porque, além de hidratar, é uma bebida que se toma quente e o vapor ajuda na descongestão nasal. Bons exemplos são: camomila, equinácea, hortelã e ginseng, que podem ser tomados ou inalados para ajudar a desentupir o nariz. A nutricionista também destacou que canela com mel é uma ótima solução, com propriedades medicinais antissépticas e antibacterianas.

Considerando os temperos, alho, mostarda e pimenta são alguns exemplos que podem ser úteis para descongestionar o nariz e dissolver o catarro, além de ajudarem a reduzir a febre e as dores no corpo. Alecrim, orégano e manjericão também são ótimas opções para combater os sintomas.

Tomar uma sopa ajuda a fluidificar as secreções e a expectorar mais facilmente. “A canja de galinha é uma ótima opção, porque tem vitaminas A, C e E e proteína, que ajudam o organismo a se recuperar a força e aumentar a resistência do sistema imune. Além disso, possui sódio e potássio que auxiliam na regulação da temperatura corporal, sendo útil em caso de febre’, finalizou.