Para visualizar a notícia, habilite o JavaScript na página!
Impressão bloqueada!
Para compartilhar esse conteúdo, por favor utilize o link http://www.acidadevotuporanga.com.br/saude/2022/04/prefeitura-decreta-epidemia-de-dengue-em-votuporanga-n72526 ou as ferramentas oferecidas na página. Se precisar copiar trecho de texto para uso privado, por favor entre em contato conosco pelo telefone (17) 3422-4199 ou pela nossa central de atendimento: http://www.acidadevotuporanga.com.br/atendimento/fale-conosco
Saúde
Prefeitura decreta epidemia de dengue em Votuporanga
A secretária da Saúde, Ivonete Felix, veio à Cidade FM para esclarecer os impactos do decreto da pandemia e dúvidas sobre a doença
Votuporanga enfrenta uma epidemia de dengue. A situação foi “oficializada” pela Prefeitura na edição de ontem do Diário Oficial do Município, que trouxe um decreto, assinado por Jorge Seba (PSDB), categorizando o cenário desta forma.
A secretária municipal da Saúde, Ivonete Félix, veio aos estúdios da rádio Cidade FM para esclarecer os impactos deste decreto na gestão municipal, bem como as principais dúvidas relacionadas à doença e suas semelhanças (e diferenças) com a Covid-19.
“Nosso trabalho não parou em nenhum momento, nem durante o auge da pandemia da Covid. As ações de trabalho contra a dengue sempre foram desenvolvidas. É que agora, mais do que nunca, precisamos da participação de todos para que a gente consiga eliminar essa transmissão dentro do nosso município”, ressaltou Ivonete.
Confira abaixo a entrevista completa com a secretária da Pasta:
O que muda com o decreto da epidemia? O decreto é um dispositivo legal para que a gente possa ter amparo nas nossas ações de emergência na saúde pública. Em termos de trabalho diário dos nossos agentes, não há mudanças. Isso [o decreto] nos ampara para contratações emergenciais, dá respaldo para nossas investigações e ao trâmite jurídico e legal que nós precisamos para as nossas ações.
O município enfrenta uma situação complicada. São mais de 3,6 mil casos da doença, duas mortes causadas por ela e uma morte em investigação. Parece que a população ainda não aprendeu a lidar com a doença, não é?
Sim. A dengue é uma doença cíclica, por isso parece que ouvimos muito sobre ela durante um ano e no outro parece que fica mais silencioso. É o processo da doença. Você tem um ano com alta [da doença] e, geralmente, no ano seguinte, ela está em baixa. 2022 já era um ano previsto que a doença estaria em alta. Muitas vezes, as pessoas menosprezam a doença, como se não fosse algo grave. E a dengue é uma doença grave que pode levar à morte. Já tivemos duas mortes causadas por ela na cidade neste ano, uma está em investigação e isso é preocupante. A dengue traz consequência para a saúde das pessoas que reflete na sua vida social e econômica. Nós estamos tendo, neste cenário atual, pacientes com quadros mais agravados, precisando de mais dias de repouso, tomar mais medicamentos, ficar mais tempo internado etc. Além disso, tem o fato de que, em tão pouco tempo, aconteceram esses óbitos. Isso chama muito a nossa atenção e reforça o alerta, que é para todos.
A dengue está mais grave neste ano, então? Sim. Nós fizemos um comparativo com 2020, que foi o ano em que nós tivemos um grande número de pessoas contaminadas: cerca de 11,2 mil no ano todo. Em 2021, só registramos três mil casos. E agora, em 2022, tivemos, até o momento, 3,6 mil casos confirmados e 1,8 mil em investigação. O que nós já sabemos do cenário deste ano é que conseguimos o isolamento de um vírus, que foi o sorotipo 1. E nós já tivemos em circulação em Votuporanga o sorotipo 2. Então, provavelmente este é um vírus que as pessoas ainda não tiveram contato e, por isso, o desenvolvimento de forma mais agravada.
Qual a diferença entre a dengue e a Covid? A Covid se manifesta com sintomas gripais, acompanhados de dor no corpo e febre. A dengue, geralmente, aparece com dores nas articulações, febre e dor de cabeça. Então, são poucos sintomas que diferenciam uma da outra. Elas confundem porque ambas carregam muitos sintomas que são semelhantes, por isso a necessidade de buscar um serviço de saúde, para que os exames adequados possam ser feitos e, assim, se ter uma resposta certa do que está acontecendo.
Em Jales, um senhor contraiu Covid, depois dengue e acabou morrendo. Existe preocupação com casos assim em Votuporanga? Sim. Temos pacientes que estão saindo de um quadro de Covid e contraíram dengue. São quadros que a própria debilidade que a pessoa já vinha apresentando acaba sendo um complicador. O cuidado tem que ser redobrado. Na dengue, precisamos ficar atentos a sinais de alerta, como desidratação, sangramentos etc. Num primeiro momento da doença, a hidratação é fundamental, bem como o uso de antitérmicos e analgésicos, para que a doença não evolua para um quadro mais grave e a pessoa precise ser internada.
Quanto tempo demora o exame que detecta a dengue e a Covid? Ambos os exames tem uma periodicidade para que possam ser mais efetivos. Na dengue, de início, é feito um exame chamado “prova do laço”, que verifica a formação das machinhas no braço. Até o quarto dia, pode-se coletar um teste rápido. Mas o correto, para um paciente com suspeita de dengue, é fazer o exame sorológico, a partir do sexto dia de quando os sintomas começaram a aparecer.
Existe vacina contra a dengue? Ela é eficaz? Temos a promessa de uma vacina. Os estudos dessa vacina têm mostrado que ela é eficaz. Isso trouxe um ânimo muito grande aos profissionais da saúde. Nós precisamos da disponibilidade dessa vacina na rede pública, para que todos possam ter acesso a ela. Para isso, como nós vimos com a Covid, existe um processo de aprovação junto à Vigilância Sanitária até chegar à disponibilização dessa vacina na rede pública.
O que a Prefeitura pretende fazer para tentar conter o avanço da doença? Por mais que a gente possa pensar que tem vacina, pulverização etc, a ação mais efetiva é a retirada dos criadouros, porque não condiz a gente pulverizar a cidade toda, de forma indiscriminada, se os criadouros estão produzindo as larvas.
Quando a gente faz a pulverização, ela mata o mosquito que está voando. Posso pulverizar hoje à noite e amanhã de manhã uma porção de mosquitos surgir daquela água que está ali parada. E o ciclo volta novamente. O fator essencial é a retirada dos criadouros. É esse bloqueio manual, o ‘casa a casa’ que nós fazemos.
Por isso, a previsão do arrastão está dentro da nossa programação. Um grande evento para a retirada dos criadouros dos terrenos e quintais. Ainda encontramos muita resistência em estabelecimentos fechados e casas fechadas. Daí essa necessidade de lançarmos mão de mais um recurso da tecnologia, que são os drones. Eles vão nos auxiliar nesses locais em que nós não conseguimos adentrar, porque é após a análise e identificação que nós vamos conseguir fazer a retirada desse material.
Qual é o raio de contaminação da dengue? Nós trabalhamos com um raio de nove quarteirões ao redor de um caso positivo. Esse é o espaço onde as pessoas estão sujeitas a serem contaminadas pela doença.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
Endereço da notícia: www.acidadevotuporanga.com.br/saude/2022/04/prefeitura-decreta-epidemia-de-dengue-em-votuporanga-n72526
Para compartilhar esse conteúdo, por favor utilize o link {{link}} ou as ferramentas oferecidas na página. Textos, fotos, artes e vídeos do jornal A Cidade estão protegidos pela legislação brasileira sobre direito autoral. Se precisa copiar trecho de texto para uso privado, por favor entre em contato conosco pelo telefone (17) 3422-4199 ou pela nossa central de atendimento: http://www.acidadevotuporanga.com.br/atendimento/fale-conosco