Duas mortes pela doença já foram confirmadas em Votuporanga e registro de pequenos “surtos” em escolas têm preocupado
Mesmo com duas mortes já confirmadas e pequenos surtos em escolas, índice de vacinação contra gripe segue baixo (Foto: Prefeitura de Votuporanga)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Votuporanga e região entraram em alerta para o risco de um novo surto de H1N1, popularmente conhecida como “gripe Suína. Duas mortes já foram registradas na cidade e agora, uma escola de Fernandópolis precisou afastar seis alunos após a exames confirmarem que todos eles contraíram o vírus.
Segundo a escola, a determinação de afastar os alunos foi tomada para evitar novas contaminações. A instituição também distribuiu máscaras para os demais alunos e reforçou a higienização das salas de aula, além de disponibilizar álcool em gel e promover distanciamento social, com o afastamento das carteiras. Alunos e familiares foram devidamente orientados em relação ao período de afastamento.
A direção disse que está em contato com a Vigilância em Saúde do município e segue os protocolos de prevenção para que as aulas sejam mantidas em segurança. Em Votuporanga, as duas mortes registradas pela doença ocorreram em fevereiro e vitimaram um homem de 34 anos e uma mulher de 75 anos.
“Estamos tendo casos de H1N1, tanto que já tivemos duas mortes no município, então é importante que as pessoas se vacinem, os pais levem as crianças para se vacinarem, pois também ajuda a prevenir contra muitas doenças respiratórias. Gripe mata e pode trazer complicações principalmente para os grupos mais vulneráveis que possuem uma imunidade mais baixa”, disse a enfermeira do Setor de Imunização da Secretaria Municipal da Saúde, Daniele Fortilli.
O apelo de Daniele pela vacinação se dá diante da baixa procura pelo imunizante nas unidades de saúde de Votuporanga. De acordo com um levantamento feito pelo A Cidade, apenas 27,6% do público-alvo já se vacinou neste ano no município.
As doses do imunizante estão disponíveis das 7h às 19h, de segunda a sexta-feira, para todos os públicos prioritários.
Público-alvo
Podem se vacinar crianças de seis meses a menores de seis anos de idade, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde, indivíduos com 60 anos ou mais e professores das escolas públicas e privadas.
Também serão vacinadas pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, pessoas portadoras de deficiência permanente, profissionais das forças de segurança e salvamento e das forças armadas, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbanos e de longo curso, funcionários do sistema prisional, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade e pessoas em situação de rua.
A vacina é trivalente, portanto, protege contra dois tipos de Influenza A (H1N1 e H3N2) e contra o Influenza B. A vacinação contra a influenza é considerada a melhor estratégia de prevenção contra a doença e possui capacidade de promover imunidade durante o período de maior circulação dos vírus, reduzindo o agravamento dos casos, as internações e o número de óbitos, além de diminuir também a sobrecarga sobre os serviços de saúde.
H1N1: entendendo, prevenindo e tratando
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Desde sua última aparição global em 2009, o vírus H1N1, esta cepa da gripe influenza, tem sido objeto de preocupação e estudo contínuo. Para explicar mais sobre essa doença, o A Cidade conversou com a médica Regina Chaves de Lima, infectologista da Santa Casa de Votuporanga.
De acordo com a médica, o H1N1 é transmitido de maneira semelhante à gripe comum, principalmente através de gotículas respiratórias dispersas quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala. Além disso, a transmissão pode ocorrer pelo contato com superfícies contaminadas pelo vírus, seguido pelo contato com boca, nariz ou olhos.
Sintomas
Os sintomas, ainda conforme a especialista, podem variar de leves a graves e incluem dores musculares, febre, calafrios, fadiga, congestão nasal, dor de cabeça, dor de garganta, tosse, diarreia e náuseas ou vômitos.
Vacinação
A médica Regina Chaves de Lima explicou ainda que a vacinação constitui, na atualidade, a principal via de prevenção do H1N1. O imunizante contém fragmentos do vírus influenza A, que é uma variante do vírus da gripe comum, estimulando a ação do sistema imunológico para produzir anticorpos anti-H1N1, que atacam e matam o vírus, protegendo a pessoa contra a doença.
“Esta vacina pode ser tomada por qualquer pessoa, mas alguns grupos específicos têm prioridade, como idosos, crianças com mais de 6 meses ou pessoas com doenças crônicas, pois apresentam maior risco de complicações graves que podem colocar a vida em risco”, explicou.
A vacina H1N1 é disponibilizada pelo SUS gratuitamente para os grupos de risco, sendo administrada nos postos de saúde em campanhas de vacinação anuais. Para as pessoas que não pertencem aos grupos de risco, a vacina pode ser encontrada em clínicas particulares especializadas em vacinação.
Prevenção
Além da vacina, a prevenção do H1N1, segundo a médica, segue as diretrizes padrão para prevenir a propagação da gripe. A dra. Regina enfatizou a importância de evitar o contato próximo com pessoas infectadas, lavar as mãos regularmente com água e sabão, usar álcool em gel quando água e sabão não estiverem disponíveis, manter hábitos saudáveis e evitar compartilhar objetos pessoais.
“Além disso, em situações de surto, o uso de máscaras e evitar ambientes fechados ou com aglomerações podem ser medidas adicionais de precaução”, frisou.
Tratamento
Para o tratamento do H1N1, a médica destacou a disponibilidade de antivirais específicos, como o Oseltamivir (comercialmente conhecido como Tamiflu), que é fornecido na rede de saúde pública.
“Estes medicamentos podem ajudar a reduzir a gravidade e a duração da doença se administrados precocemente. Além disso, o tratamento dos sintomas, como febre e dores, é essencial, juntamente com repouso adequado, ingestão de líquidos e isolamento para evitar a propagação do vírus para outras pessoas”, complementou.
A compreensão dos métodos de transmissão, sintomas, prevenção e tratamento do H1N1 é essencial para combater eficazmente essa doença.