Pai do votuporanguense Nalson Gorayeb, o comerciante Felício Gorayeb, foi um dos voluntários que lutaram pela causa
Da Redação
Para muitos brasileiros, o dia de hoje, 9 de julho, ainda é considerado como mais um feriado. Muitos nem sabem por que motivo é decretado feriado. A data, no entanto, é uma forma de dedicar homenagem aos centenas de voluntários que, por revolta ou amor ao país, defenderam os ideais de um povo.
Pai do votuporanguense Nalson Gorayeb, o comerciante Felício Gorayeb, foi um dos voluntários que lutaram pela causa constitucionalista. Felício nasceu em Ibirá, morou em São José do Rio Preto e residiu em Votuporanga entre os anos de 1944 a 1981, ano que faleceu.
Do ato valente do senhor felício restou o orgulho dos filhos, quatro no total, e o capacete usado durante os 30 dias que ele lutou pela Revolução Constitucionalista, este, guardado a sete chaves por Nelson. "Na época ela tinha 22 anos e trabalhava como comerciante em São José do Rio Preto.
Para homenagear os soldados constitucionalistas que se radicaram em Votuporanga, o ex-prefeito Luiz Garcia De Haro, já falecido, determinou a construção de um monumento no início da Rua Pernambuco, próximo ao Posto do Vilar, e inaugurou-o no dia 9 de julho de 1976. Recentemente, a pedido do presidente da Associação Comercial, Nelson Gorayeb, o vereador Mehde Meidão solicitou a transferência do monumento para a Avenida 9 de Julho, o que foi atendido prontamente pelo setor responsável da Prefeitura.
Na placa constam os nomes de Alfredo Rodrigues Simões, Anibal Martins, Azis José Abdo, Felício Gorayeb, Felício Munhós, Hernani de Mattos Nabuco, Judith Freitas S. Saltini, Leônidas Pereira de Almeida, Luiz Saltini, Ofélia Catelli Jabur, Narciso Pelegrini, Olívio Araújo e Nelcíades de Oliveira.
O que é
A data foi oficializada pelo Projeto de Lei n.º 710/1995, do deputado estadual Guilherme Gianetti. Aprovado pela Assembléia Legislativa, o PL deu origem à Lei Estadual n.º 9.497, de 5 de março de 1997, sancionada pelo então governador Mário Covas, passando a ser feriado estadual.
A Revolução Constitucionalista tratou-se de um movimento deflagrado em São Paulo, em 1932, dois anos após a posse de Getúlio Vargas no governo provisório instalado a partir da Revolução de 30.
O movimento exigiu o cumprimento das promessas de campanha e de revolução de Getúlio Vargas, que havia anteriormente declarado a necessidade de uma nova Constituição para o país. No entanto, passados dois anos do governo provisório de Vargas, nenhuma medida no sentido de promover uma Assembléia Constituinte foi tomada. A revolução teve base política tanto nos liberais quanto nas oligarquias paulistas alicerçadas pelo regime derrubado pela Revolução de 30.
Como foi
No dia 9 de julho de 1932, o conflito armado tomou seus primeiros passos sob a liderança dos generais Euclides de Figueiredo, Isidoro Dias Lopes e Bertoldo Klinger. O plano dos revolucionários era empreender um rápido ataque à sede do governo federal, forçando Getúlio Vargas a deixar o cargo ou negociar com os revoltosos. No entanto, a ampla participação militar não foi suficiente para fazer ampla oposição contra o governo central.
O esperado apoio aos insurgentes paulistas não foi obtido. O bloqueio naval da Marinha ao Porto de Santos impediu que simpatizantes de outros estados pudessem integrar a Revolução Constitucionalista. Já no mês de setembro daquele ano, as forças do governo federal tinham tomado diversas cidades de São Paulo. A superioridade das tropas governamentais forçou a rendição dos revolucionários no mês de outubro.
O desequilíbrio entre as forças governistas e constitucionalistas era grande. O governo federal tinha o poder militar e os rebeldes contavam apenas com a mobilização civil. As tropas paulistas lutaram praticamente sozinhas contra o resto do país. As armas e alimentos eram fornecidos pelo próprio estado, que mais tarde conseguiu o apoio do Mato Grosso.
O que sobrou
Cerca de 135 mil homens aderiram à luta, que durou três meses e deixou quase 900 soldados mortos no lado paulista - quase o dobro das perdas da Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial.
Embora o movimento tenha nascido de reivindicações da elite paulista, ele teve ampla participação popular. Um dos motivos foi a utilização dos meios de comunicação de massa para mobilizar a população. Os jornais de São Paulo faziam campanha pela revolução, assim como as emissoras de rádio, que artingiam audiência bem maior.
Até hoje, a história da Revolução de 32 é mal contada. Ou, pelo menos, é contada de duas formas. Há a versão dos governistas (getulistas) e a dos revolucionários (constitucionalistas). Durante muito tempo, a versão dos getulistas foi a mais disseminada nos livros escolares do país, mas hoje, com uma maior participação dos professores na escolha do material didático, a história também já é contada sob a ótica dos rebeldes.
A importância do movimento é incontestável. Seu principal resultado foi a convocação da Assembléia Nacional Constituinte, dois anos mais tarde. Mesmo assim, a Revolução de 32 continua como um dos fatos históricos do país menos analisados, tanto no tocante às causas quanto em relação às suas conseqüências.