Esta é proposta do seriado “Sexo e as Nega”, mais uma produção de Miguel Falabella que será mostrada pela Globo
Nesta terça, dia 16, logo depois de “Tapas & Beijos”, a Globo estreia mais uma produção assinada por Miguel Falabella, sendo que o autor criou personagens especialmente para um grupo de atrizes que são suas parceiras no teatro. O seriado “Sexo e as Negas” pretende mostrar o cotidiano de quatro mulheres que moram na comunidade Cidade Alta de Cordovil, deixando as questões sociais como pano de fundo e trazendo à tona um lado esperançoso e lúdico.
Mulher é mulher em qualquer lugar do mundo. Ama e quer ser amada. Dita a moda, investe em roupas, se preocupa com o cabelo. Quer glamour, um parceiro e também dinheiro. No fundo, só quer ser feliz. E, na Cidade Alta de Cordovil, subúrbio carioca, um grupo de mulheres vai mostrar que o universo feminino é sempre cheio de charme.
A história gira em torno de quatro amigas: a operária Tilde (Corina Sabbas), a camareira Zulma (Karin Hils), a recepcionista Lia (Lilian Valeska) e a cozinheira Soraia, (Maria Bia). Juntas, vivem suas histórias, envolvidas pelo desejo, medo, prazer e insegurança, inerentes à vida de qualquer pessoa. São mulheres com temperamentos diferentes, vaidosas e sonhadoras. Ao final de cada episódio, as amigas, que não são cantoras no seriado, se materializam em sonho como “As Marvelettes”, banda composta por cantoras negras americanas que fez sucesso na década de 1960. A imagem entra como um delírio e se transforma em um clipe do tema daquele capítulo.
O Bar de Jesuína (Claudia Jimenez) é o ponto de encontro dessas quatro amigas. Lá, trocam experiências e confidências. E, na rádio comunitária, que mantém nos fundos do bar, Jesuína emite, através de sua voz, reflexões sobre as circunstâncias que abatem a vida de cada um. Além disso, comenta temas e levanta as questões que são abordadas no programa. Ela também é a narradora das histórias que envolvem a vida na Cidade Alta de Cordovil e faz parte da primeira geração obrigada a migrar da Favela do Pinto, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul, para o local – movimento que, fora da ficção, entrou para a história do Rio de Janeiro em 1968, motivado por um grande incêndio. Além disso, foi professora primária de Tilde, Zulma, Lia e Soraia, e mantém uma relação de mãe e filha com elas.
Com o texto peculiar de Miguel Falabella, “Sexo e as Negas” trata a vida no subúrbio com sensibilidade e humor. A cada episódio, um tema diferente dará o pontapé inicial da trama. Em um deles, Falabella aborda de forma divertida a “problemática capilar” das mulheres, afinal, que mulher está completamente satisfeita com suas madeixas? Todos os episódios se interligam através das relações entre as amigas. Jesuína o elo entre as quatro. Ela é gente fina e do bem. Não consegue esconder o interesse por Big (Rafael Machado), que dorme em um puxadinho anexo ao bar e trabalha com ela.
Fumaça (Maria Gladys) também vive no Bar de Jesuína, mas sempre pendurando a conta. Maltratada pela vida, é uma sobrevivente. Também considerada o oráculo da Cidade Alta de Cordovil, interpreta os sonhos de todo mundo e dá conselhos, com grande sabedoria popular.
As amigas de Jesuína têm características diferentes, mas estão sempre juntas. Zulma é a camareira de Leonor (Bia Nunnes), atriz cinquentona, temperamental e exuberante, com quem tem uma grande cumplicidade. Zulma se considera uma pessoa livre. Por isso, é alvo de mexericos, mas enfrenta tudo e todos de peito aberto. Seu pai, o aposentado Areno (Cosme dos Santos), acha que ela precisa botar a cabeça no lugar e arranjar alguém para se firmar. É ele quem vai procurar parceiros totalmente inadequados e “caretas” para ela.
Tilde vive o drama do desemprego, sobrevive de bicos e trabalhos temporários. É orgulhosa de sua afro descendência e não se sente nem um pouco “condenada pela vida”, apesar de todas as dificuldades.
Já Lia é a mais velha e comportada das quatro. É recepcionista de churrascaria, o que provoca insatisfação na filha, Jéssica (Aline Dias), que a enfrenta com frequência. Lia se contentaria com um amor e uma cabana, mas volta e meia tem recaídas pelo ex-marido Alaor (Marcos Breda), pai de Jéssica. Continua sentindo atração por ele, mas Alaor é um contraventor malandrão.
Soraia é a mais “saliente” das amigas e não tem preconceitos. Trabalha como cozinheira em uma casa de família e eventualmente não resiste às investidas do patrão, Evandro (Flavio Tolezani).
No núcleo dos gaúchos da Cidade Alta de Cordovil estão os irmãos Gaudéria (Alessandra Maestrini), Bibiana (Alessandra Verney) e Adilson (Frank Borges), mais conhecido como Vinagre. Depois que a mãe deles faleceu, o pai se mudou para a comunidade por ter se envolvido com uma moradora do local. Gaudéria é dona de um salão, que chama de “instituto” de beleza, especializado em cabelo afrodescendente. Faz um tipo reclamona e tem sempre um caso pitoresco para contar. Os irmãos a ajudam com o negócio. Vinagre (Frank Borges), que é pedreiro, vive de olho em Tilde (Corina Sabbas), mas não tem muita coragem de se aproximar. A vida afetiva de Gaudéria é praticamente nula, embora receba investidas da vizinhança local, como a de Carbureto (Izak Dahora), cujo amigo Pindoba (Michel Gomes) vai investir em Jesuína.