Depois de passar por 7 cidades do interior paulista, entre elas Rubinéia, Sales, Monte Aprazível, Tanabi, Zacarias, Mirassol e Ouroeste, a Exposição Fotográfica "Pelos Caminhos da Estrada Boiadeira: Patrimônio Cultural de Rubinéia a Tanabi" chega a Votuporanga, e será aberta oficialmente nesta quarta-feira, dia 12 de novembro, às 19h30, no Centro de Convenções "Jornalista Nelson Camargo" com entrada gratuita.A exposição é realizada com apoio do Sisem - Sistema Estadual de Museus, ACAM Portinari, Secretaria da Cultura e Governo do Estado de São Paulo, em parceria com a Secretaria da Cultura e Turismo da Prefeitura de Votuporanga. O trabalho é um dos resultados da pesquisa sobre a centenária Estrada Boiadeira do Taboado iniciada há mais de dez anos pelo turismólogo Evandro Junior Ferreira da Silva. Segundo Evandro, a exposição contribui para a preservação da história de formação dos municípios da região, ainda desconhecida por muitas pessoas.
“A Estrada Boiadeira do Taboado foi por muitos anos o principal acesso das comitivas que levavam boiadas, vindas de Mato Grosso para São Paulo, a caminho dos Frigoríficos, um dos principais na cidade de Barretos. Durante décadas, a passagem dos boiadeiros e suas comitivas, que levavam não só boiadas, mas também mantimentos, remédios, e muitas vezes constituíam por ali suas famílias, que davam início aos vilarejos, hoje transformadas em cidades. Ainda hoje, caminhando por trechos da estrada, é fácil encontrar vestígios desta rica história, assim como também moradores, testemunhas do auge e importância da Estrada Boiadeira para o desenvolvimento do interior de São Paulo”, explica Evandro.
As imagens selecionadas para a exposição são o testemunho silencioso da grandiosidade da velha Estrada Boiadeira do Taboado que, na segunda metade do século XIX e início do século XX, cortou matas virgens, cerrados e varjões em seu primeiro trecho ativado, de São José do Rio Preto até o Porto do Taboado no Rio Paraná.
“Muitos vestígios como túmulos, casarões, vilarejos e pouso de gado, assim como capelas ainda resistem ao tempo. Algumas ruínas de casarões, vendas, cruzes de ferro, capelas e trechos da estrada recobertos pela vegetação escondem resquícios da memória histórica de nossa região”.
A Estrada Boiadeira se manteve ativa até meados dos anos 60. Com a chegada da Ferrovia, aos poucos, a velha Boiadeira foi sendo substituída. Ainda é possível encontrar na região trechos originais da estrada, mas na maioria do trajeto ela se mantém viva apenas no imaginário dos moradores ou através de exposições como esta.