Neste período, já foram atendidas 20.972 pessoas, uma média de cerca de 1.165 por ano, de 30 a 32 ao dia
Horta é a principal fonte de arrecadação da casa
Leidiane Sabino
leidiane@acidadevotuporanga.com.br
A Comunidade Assistencial Irmãos de Emaus, conhecida como Casa Abrigo, comemora amanhã, dia 22 de abril, o seu aniversário de 18 anos de criação. A sua inauguração aconteceu um pouco mais tarde, em 8 de junho de 1997. O serviço consiste em atender, gratuitamente, pessoas que se encontram em situação de rua e também as que estão de passagem pela cidade, oferecendo acolhimento para pernoites e ajuda no transporte intermunicipal para continuidade do curso de suas viagens.
Nestes 18 anos, já foram atendidas 20.972 pessoas, uma média de cerca de 1.165 por ano, de 30 a 32 ao dia.
A Casa foi fundada por um grupo de pessoas ligadas à Igreja Católica. O Poder Judiciário colaborou para que pudesse ser utilizado o espaço disponível hoje.
Além de atendimento social e espiritual, com membros da igreja católica e voluntários, quem permanece na casa em situação permanente ocupa o tempo com atividades de horticultura e comercializa os produtos pela cidade como uma forma de contribuição pelo serviço recebido. São cultivadas hortaliças e legumes. Todos também colaboram com a manutenção da limpeza do local, cuidam do jardim e cozinha.
A Comunidade iniciou ontem também uma parceira com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos para desenvolver um trabalho com uma psicóloga no local.
Na tarde de ontem, 26 homens se encontravam na casa. O número muda muito de um dia para o outro, já que a permanência no local não é obrigatória e há também os que chegam até lá apenas para pernoite. Há 30 vagas para acolhimento e 10 para migração (aos que estão somente de passagem).
Para a manutenção dos serviços, a casa conta com recursos dos governo municipal e estadual, dízimo da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, sócios-contribuintes e a horta, que é a sua principal fonte de renda.
Amélia Marques Nunes (Amelinha), assistente social da entidade, disse que o comportamento dos assistidos na casa é excelente. “A maioria deles têm problemas com álcool e drogas e eles sabem dos perigos que a rua oferece, por isso, quando estão aqui, reconhecem que estão protegidos”, disse.
O presidente da entidade, João Cezar Guerche, ressaltou a importância do trabalho realizado pela Comunidade Assistencial. “Desde a sua criação, esse local tem se dedicado a reabilitar estas pessoas, devolvendo-as para o convívio social”, falou.
João explicou ainda que, quando há necessidade de atendimento médico, o acolhido é levado para as consultas e, caso ele também não tenha documentos de identidade, a casa também auxilia na busca por segunda via.
Amelinha reforçou que, ao interno, a tolerância ao uso de bebida alcoólica é zero.
Presente de aniversário
A Comunidade solicitou a ajuda ao Pró-vida (Central Geral do Dízimo) para conseguir um trator para ajudar na manutenção da horta. No dia 21 de março, receberam a documentação do equipamento, na cidade de Marília e, no dia 6 de abril, ele chegou até a casa e está disponível para uso.