Evento que comemora o 11º aniversário estendendo mais um tentáculo em busca de uma espécie de dominação mundial através da música eletrônica
O ‘raio gourmetizador’ atingiu em cheio o Parque Maeda no fim de semana - a ponto de mudar o nome do espaço, veja bem, antes modestamente chamado como Fazenda Maeda. Mas, em Itu, presenciou-se um exemplo para todos os festivais realizados no país. Em 2015, o nível foi elevado com a chegada do belga Tomorrowland, evento que comemora o 11º aniversário estendendo mais um tentáculo em busca de uma espécie de dominação mundial através da música eletrônica.
Depois de sexta, 1, e sábado, 2, o terceiro e último dia de festival ainda exibiu a força que um evento como esse pode ter. Dias depois dos portões terem sido abertos pela primeira vez, o público exibia fôlego para perambular pelos 1,2 milhão de m² da área destinada ao festival. Os perrengues da chegada, na sexta-feira ou no sábado, relatados por frequentadores do Tomorrowland, como filas e demoras para entrar na área do evento, que podiam chegar a até três ou quatro horas, segundo relatos, já eram um passado remoto.
Curiosamente, os preços cobrados pelos serviços de alimentação não estiveram entre as principais reclamações ouvidas, diferentemente dos outros dois dias. “Estou achando que os valores estão dentro do padrão”, opina Silva. Uma cerveja custa dois tokens, moeda local cujo valor unitário é de R$ 5,50, mas eram vendidos por atacado: R$ 50 por nove tokens. “Em um show do DJ Hardwell, na Marina da Glória, no início do ano, uma água custava R$ 9”, lembra o carioca Jorge Guerra, divertidamente fantasiado de um dos personagens do seriado Power Rangers.
Ele e o amigo Igor Cavalcante, ambos de 22 anos, contam que foram fotografados inúmeras vezes ao longo dos três dias. “Você está falando sério que vão organizar mais cinco edições do Tomorrowland no Brasil? Nós vamos, certamente”, garante. O festival anunciou, dias antes do debute, que realizaria mais cinco edições, até 2020.
Ao longo dos três dias, bandeiras de nacionalidades como Argentina, Uruguai, México, Peru, Estados Unidos e Suíça tremeluziam enquanto os primeiros DJs começavam a disparar as primeiras batidas. Ontem, não foi diferente. O casal Jernej Hribernik, 27 anos, e Sabrina Barzan, 19, vieram de Zurique, capital da Suíça, para “viver a experiência do Tomorrowland”. Eles confessam que tentaram ir para a Bélgica, local de origem do festival, mas a ausência de ingressos disponíveis os fizeram considerar a viagem ao Brasil. “Estamos de férias. Passamos dez dias no Rio de Janeiro”, conta ele. “Na verdade, nós gostamos de ouvir heavy metal, mas todos sempre dizem: Vocês precisam ir ao Tomorrowland um dia. Bom, aqui estamos nós”, conta ela.
Debby Wilmsen, porta-voz do festival, disse compreender as principais reclamações do público, principalmente quanto à lentidão na chegada no primeiro dia. “Fazemos tudo online, o cadastro de cada uma das pessoas que chegam. A nossa internet estava oscilando muito, mas entendo que isso seja algo a melhorar”, explicou. Os preços, outra reclamação recorrente, não devem ser alterados para as próximas edições. “É um valor similar àquele cobrado na Bélgica”, explica.