Projeto também contou com a colaboração do grupo de professores de História, Geografia e Língua Portuguesa, que ajudaram a selecionar as melhores cartas
As alunas Alline Real Alves e Larissa Barros Pedroso tiveram as cartas selecionadas
Aline Ruiz
aline@acidadevotuporanga.com.br
Com o objetivo de contextualizar Literatura Informativa com o momento atual, alunos do ensino médio da escola Sebastião Almeida de Oliveira (SAO), realizaram um trabalho no mês passado. Orientados pelos professores João Carlos Ribeiro e Creide Souza dos Santos, eles desenvolveram o senso crítico por meio do estilo carta.
O projeto também contou com a colaboração do grupo de professores de História, Geografia e Língua Portuguesa, que ajudaram a selecionar as melhores cartas. “Os alunos, na faixa etária de 14 a 17 anos, fizeram uma paródia da carta de Pero Vaz de Caminhas e as melhores foram selecionadas”, explicou o professor João Carlos. Veja abaixo as duas melhores cartas selecionadas pelos professores, das alunas Alline Real Alves e Larissa Barroso Pedro.
Confira as duas cartas selecionadas
Excelentíssimo Aníbal Cavaco Silva,
Venho lhe informar que encontrei terras abandonadas, estou á procura de informações, assim que souber lhe aviso.
Nesse momento estou numa praia, segundo me informaram está localizada em Salvador. As pessoas aqui andam todas de biquínis e sungas, tem variáveis grupos étnicos, tanto negros, como brancos, pardos e indígenas. Estão preenchidas com pessoas de diferentes classes sociais, umas com trajes de luxo, outras com apenas chinelo Havaiano e bermudão.
Ainda lhe informo que encontra uma grande epidemia de um pequeno mosquito, que tem causado muitas mortes, o mosquito Aedes aegypti.
Nessas terras que tem o nome Brasil, está passado por uma crise na economia. Já se encontra um presidente sobre o comando.
A corrupção nesse país tem sido algo que afetou muito o povo, afinal o índice de emprego caiu muito.
Estou partindo para outro local para saber mais informações.
Como previsto, chegamos num lugar lindo, com o Cristo de braços abertos, trazendo grande harmonia e proteção. O local traz muita paz, mas encontra-se muita violência. Uma parcela da sociedade vive numa situação degradante, sem condições mínimas de sobrevivência, nas favelas como nas burguesias, há corrupção, mortes e roubos.
Esse país se encontra em uma situação precária, além das crises econômicas, doenças e má gestão governamental, há muita violência e a educação de nível inferior em algumas regiões do país, em razão da extensão territorial.
Aqui as pessoas até lutam pelos seus direitos, mas são influenciadas de uma forma que nem percebem.
A cultura desse povo está cada vez mais moderna, mas apesar de estarem no século XXI, ainda existe pessoas com preconceito em relação as diversidades, como negros, gays, pobres etc.
Sem mais para o momento, antecipo meus
agradecimentos, Larissa Barroso Pedro
Excelentíssimo Senhor, rei de Portugal,
Através desta carta informo-lhe que ao chegar às terras deste lugar que chamam de Brasil, encontrei praias gigantescas, clima tropical, muito quente e seco. Quando desci, encontrei muita gente diferente, vestiam roupas exóticas, extravagantes, e algumas com pouco pano. Elas dançavam e cantavam e alguns eram até vulgares, e se me lembro bem, o nome daquilo era Carnaval.
Entrando mais afundo na cidade, vi pessoas na rua. Elas estavam sentadas com as roupas velhas e furadas, as mãos estavam estendidas, penso que estavam com fome...
Andei mais um pouco e vi milhares de pessoas gritando, com cartazes nas mãos, cada grupo pedindo por uma causa, uns dizendo que queriam aumento de salários, já outros pediam para a governante do país sair do comando. Onde já se viu Senhor, meu rei, uma mulher governando um país?
Bom, mas continuando, vi igrejas, templos sagrados e mais uma grande diversidade religiosa. Vi um sujeito lendo um jornal, acabei por entender algumas palavras e estava escrito alguma coisa sobre como havia corrupção por parte dos governadores, a violência, que estava em destaque, também tinham informações sobre várias doenças epidêmicas lá existentes e os nomes eram dengue, gripe suína, zica vírus, AIDS e varias outras doenças que não me recordo o nome. Fiquei maravilhada quando fui para o interior do país e vi rios, florestas, morros, belezas naturais, etc.
Entretanto Senhor, eu acho que é um país pouco desenvolvido e esta cheio de doenças e desigualdades sociais e há muitos tributos e impostos aqui. Não coloquei neste papel exageros, apenas descrevi o que encontrei pela frente.
Eu gostaria muito de escrever mais coisas, mas infelizmente devo encerrar esta carta. Espero que tenha entendido a descrição que fiz desse país. Meus agradecimentos à sua generosa atenção.
Atenciosamente, Alline Real Alves.