“Liberdade, Liberdade” estreia nesta segunda e terá como pano de fundo o Brasil do Século XVIII e a Inconfidência Mineira
Para quem gosta de novelas de época, “Liberdade, Liberdade” será uma boa opção. A trama estreia nesta segunda na tela da Globo e deverá ser exibida na faixa das 23 horas, infelizmente um horário ingrato para quem tem que levantar cedo para trabalhar no dia seguinte.
A novela está sendo escrita por Mario Teixeira baseada em argumento de Marcia Prates e tem direção artística de Vinicius Coimbra. O enredo vai viajar no tempo e voltar ao Brasil do Século XVIII, mais precisamente em Vila Rica na capitania de Minas Gerais. A história começa no período da Inconfidência Mineira, de Joaquim José da Silva Xavier – o Tiradentes –, e se desenvolve na época em que a família real portuguesa vem para a colônia, nas Américas. Mas não se engane. Esta não é mais uma história sobre Tiradentes, figura que marcou o país. Esta é uma história ficcional sobre Joaquina (Mel Maia/Andreia Horta), a filha de Tiradentes (Tiago Lacerda) e Antônia (Leticia Sabatella). A menina nascida no Brasil, que fica órfã e é criada por um amável estranho em Portugal. Ao longo da trama, ela retorna ao Brasil, onde seus pais morreram para se tornar o símbolo da luta contra a coroa portuguesa.
O calor na pele é quase insuportável. O suor externa o que o corpo já não consegue aguentar. Homens e mulheres negros carregam peso, carregam pessoas, carregam suas almas vendidas aos brancos. Poeira, marcas do tempo, manchas e cicatrizes maculam tudo e todos. Os olhos acostumados ao luxo dourado da Coroa Portuguesa, em Lisboa, se deparam com uma realidade há muito esquecida por ela. As lembranças dos últimos dias no Brasil, ainda criança, trazem a dura imagem do enforcamento do pai. Um sonhador, um herói. Não para os outros, mas para ela.
“Rosa”, alguém a chama. É Raposo (Dalton Vigh), o homem que a salvou do infortúnio. A volta ao Brasil, vinte anos depois, traz à tona todo o passado e o nome que carrega escondido: Joaquina. A mulher que carrega no sangue a luta pela revolução de um país. A mulher que carrega a coragem para revolucionar a si mesma.
“Essa é a história de uma mulher que vive nesse período conturbado do país, em que o Brasil deixa de ser colônia e passa a ser a capital da Coroa Portuguesa. É um período de revolução, do movimento da Inconfidência Mineira e de outros movimentos que desembocaram na Independência do Brasil”, define o autor Mario Teixeira. “O que mais me interessa em contar a história de Joaquina é a emoção que às vezes me assalta lendo o texto. É o Brasil, o amor que temos por essa terra”, pontua Vinícius Coimbra, diretor da trama.
No início deste ano a equipe de “Liberdade, Liberdade” começou os encontros e preparações para recriar o Brasil colônia. Além de consultar livros, filmes e obras de arte sobre o período, a equipe participou de palestras, leituras de capítulos em grupo e diversas aulas. Luta, esgrima, equitação, condução de charrete e etiqueta foram algumas das atividades experimentadas pelo elenco.
Depois desse momento inicial, cerca de 90 pessoas viajaram para Diamantina, Minas Gerais, onde deram início às gravações da novela. Já as gravações da novela no Rio de Janeiro começaram na primeira semana de fevereiro. O Forte de São João, na Urca, foi transformado no cais do porto do Brasil colônia. O cenário marca o primeiro capítulo da trama, onde Tiradentes recebe o livro da independência norte-americana e de onde Raposo parte para Portugal levando a pequena Joaquina. É lá também onde acontece a chegada de Raposo, Joaquina, André (Caio Blat) e Bertoleza (Sheron Menezes) quando retornam ao Brasil, no segundo capítulo.
Para finalizar a primeira fase da trama, a equipe da novela se reuniu no Paço Imperial, localizado no Centro do Rio de Janeiro. Lá gravaram as cenas do julgamento e enforcamento de Tiradentes.
Para reconstruir o Brasil de 1792 e 1808, anos em que se desenrola a trama de “Liberdade, Liberdade”, as equipes de cenografia, produção de arte, caracterização e figurino tiveram de embarcar em uma viagem no tempo. “Ninguém sabe exatamente como era a vida privada no Século XVIII no Brasil. Existem textos, algumas ilustrações, mas a história é contada por pessoas que podem editá-la ou estilizá-la. Portanto, nos baseamos na história, mas também demos a nossa contribuição”, explica Vinícius Coimbra. A partir dessa pesquisa sobre o universo do Brasil Colônia, as equipes se reuniram para costurar os elementos que, juntos, dão cor e forma à novela em um trabalho minucioso e detalhado e que o público poderá conferir a partir desta segunda em mais esta estreia global, que promete sucesso.