Algumas senhoras possuem histórias muito tristes, outras demonstram alegria quando se lembram dos filhos
Aline Ruiz
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No mundo, existe ex-marido, ex-namorado, ex-sogro, ex-cunhado, mas jamais ex-filho. Hoje, é um domingo diferente dos demais, é especial. Hoje, é o dia daquelas que nos deram a vida, nossas mães. Para mostrar outro ponto de vista neste dia, o jornal A Cidade resolveu descobrir como é o Dia das Mães para uma senhora que, hoje, vive no Lar São Vicente de Paulo.
Fundado há quase 60 anos, em 1958, o Lar São Vicente de Paulo é uma entidade assistencial sem fins lucrativos que, atualmente, abriga 46 idosos. Destes, 17 são mulheres e 10 são mães. Uma delas é Zumira Terribelli, de 83 anos, que vive no Lar desde 2012. Mãe de três filhos, ela conta o que significa ser mãe. “Acho bom. Gosto muito de ser mãe. Mãe é muito importante, porque ela conforta. É a mãe que segura a família”, comentou.
Ainda segundo Dona Zumira, que antes era moradora da cidade de Fernandópolis, ela sempre recebe visitas. “Minha filha que mora aqui vem todo domingo me visitar, as outras duas moram longe, então não podem vir sempre, mas elas sempre me ligam, já deixo o celular perto para não perder nenhuma ligação”, disse Dona Zumira com um grande sorriso no rosto.
Sentada em um banco no jardim do Lar, Dona Luzia Ruiz Olivares de Oliveira demonstrou tristeza ao recordar dos filhos, que já são falecidos. “O meu primeiro filho morreu muito novo, com dois meses, deu meningite; a minha segunda morreu recentemente, ela estava muito doente”, relembrou Dona Luzia, que agora, sem filhos, repassa todos os seus cuidados maternos para o amigo Manuel, mais conhecido como Mané.
Mané está no Lar desde o começo de 2015, Dona Luzia não está há muito tempo, mas assim que chegou já demonstrou um grande afeto por Mané. “Eu o ajudo muito, ele não escuta direito. Busco comida, água, onde ele vai, eu vou também. É um carinho de mãe amiga”, disse Dona Luzia, que chegou ao Lar junto do marido e ambos moram na entidade.
Ontem, no Lar, foi oferecido um café da tarde para mães e filhos, porém não são todas que recebem visita de seus familiares. A secretária do Lar há mais de oito anos, Vilma de Fátima de Souza Garcia, comenta que, normalmente, apenas 10% das senhoras que são mães passam o Dia das Mães com suas famílias. “Algumas das senhoras não têm condições de sair da instituição tão facilmente. Outras, os filhos não querem vir buscar ou, infelizmente, já faleceram”, encerrou.