Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível no mundo
Silencioso, crônico e a maior causa de cegueira irreversível, o Glaucoma é uma doença que afeta o nervo ótico e atinge em torno de um milhão de pessoas no Brasil. Como existem diversos tipos de Glaucoma e muitos deles, geralmente, são descobertos na fase mais avançada, a Sociedade Brasileira de Glaucoma criou uma data para alertar a população para a importância do diagnóstico precoce da doença. Por isso, o dia 26 de maio foi escolhido como o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma.
A médica oftalmologista Silmara Merino Loes, especialista em Glaucoma do Horp, explica que vários fatores levam ao desenvolvimento da doença. Normalmente, a genética é o fator preponderante. “Devido à predisposição genética, indivíduos negros, asiáticos e pessoas com histórico familiar de Glaucoma possuem maior propensão de desenvolver essa doença”, afirma. Outros grupos que podem se tornar glaucomatosos são diabéticos, míopes e quem possui pressão ocular alta.
O Glaucoma é uma lesão no nervo ótico que tem como principal fator o aumento da pressão intraocular. Como não tem cura, é necessário o diagnóstico e o tratamento imediato para controlar a doença. “A única forma de conter a progressão e evitar a cegueira é manter um tratamento adequado por toda a vida”, diz a oftalmologista.
Segundo Silmara, atualmente, o tratamento é feito por meio de colírios, laser ou cirurgia. “No caso dos colírios, já existem associações de medicamentos que minimizam os efeitos colaterais. Quando há sensibilidade ao colírio, o uso de laser apresenta bons resultados. Em casos mais graves, é possível realizar cirurgias utilizando o tecido do próprio paciente ou através de implantes artificiais cada vez menores ”, explica.
Para evitar os casos graves, a médica alerta que é necessário realizar exames periódicos. “Quem pertence aos grupos de risco necessita, pelo menos uma ou duas vezes ao ano, fazer exames com seu oftalmologista”, ressalta.
Como o Glaucoma se instala de modo lento e silencioso, os pacientes não têm percepção da doença, pois, muitas vezes, percebem detalhes como um pássaro, mas não visualizam a árvore, por exemplo. “Para os familiares é difícil compreender como o paciente é capaz de ver uma agulha e, ao mesmo tempo, está sempre esbarrando e tropeçando nos móveis. Por isso, quanto antes o tratamento for iniciado, melhores as chances de controle do Glaucoma”, pontuou.