Silvinha Rodrigues e Lucevaine Savini falam sobre carinho e retribuição de amor que recebem dos filhos especiais
Há oito anos, um sonho e uma surpresa. Silvinha Rodrigues da Silva estava a espera do primeiro filho, Victor Hugo Rodrigues Santana. O que ela não sabia é que enfrentaria desafios pela frente. Assim que Victor nasceu a família descobriu que ele era portador de Síndrome de Down.
Ele foi o primeiro caso com a síndrome na família e logo aos 17 dias começou a frequentar a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) para trabalhar os estímulos sensoriais, fazer fisioterapia e passar por fonoaudiólogo. Atualmente, ele está sendo alfabetizado.
No início, o problema seria dividir o tempo entre emprego e cuidados com o pequeno, mas Silvinha não desistiu de nenhum dos dois, já que o sustento vinha do trabalho como doceira. Nos primeiros seis meses ela se dedicou completamente a ele para ir à médicos e fazer exames. “Todo mundo falava que eu tinha que parar de trabalhar, mas eu não podia, precisava sustentar ele. Tirei licença-maternidade, férias e consegui ficar seis meses com ele, que é o período mais complicado; depois a situação foi acalmando e consegui conciliar a nova rotina. Foi preciso dar tempo ao tempo”.
Para Silvinha, cada Dia das Mães é especial e todos os obstáculos são recompensados com amor. “Ele gera cada dia um novo aprendizado a todos ao seu entorno. Ser mãe de uma pessoa especial é ser mãe em dobro, não me importo em me anular para viver para ele, ele é minha paixão”.
Este Dia das Mães será de lembranças de perda e também de emoção para Lucevaine Ribeiro Savini. A mulher, de 38 anos, começou a cuidar da irmã Lucelaine Cristina Savini, 34 anos, portadora de Deficiência Mental Profunda e Esquizofrenia, assim que a mãe faleceu, há cinco meses. Desde então, sua rotina mudou. “Saí do emprego que estava para cuidar dela e do comércio da minha mãe. Acordo todo dia cedo para dar banho e remédios para minha irmã, foi tudo novo; antes eu não enxergava como ela era e agora sim, está sendo um aprendizado”.
Um dia que ela se tornou uma nova mãe e com novos desafios. “Já tenho três filhos e este ano ganhei mais um. Cuidando da minha irmã me sinto como uma mãe para ela e todo o carinho que ofereço eu recebo em dobro. O Dia das Mães vai ser especial”. (Colaborou Gabriele Reginaldo)