Dos 11,2 milhões de adultos diagnosticados com a doença, a faixa etária mais afetada foi a de 60 a 64 anos, ou seja, 11,1% do total
Se você acha que a depressão afeta apenas jovens e adultos, saiba que está enganado. Segundo pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as pessoas que fazem parte da terceira idade são as que mais sofrem com a depressão. Dos 11,2 milhões de adultos diagnosticados com a doença, a faixa etária mais afetada foi a de 60 a 64 anos, ou seja, 11,1% do total.
A depressão na terceira idade envolve vários fatores:
- Aspectos físicos: as alterações físicas decorrentes do envelhecimento, como flacidez, rugas, perda de cabelos, mudanças hormonais, alterações do sistema nervoso central, entre outras.
- Aspectos psicológicos e emocionais: percepção da incapacidade de realizar determinadas atividades, diminuição de habilidades em geral, perdas sensoriais, perda do cônjuge, entre outras.
- Aspectos sociais: envolvem aposentadoria, mudança de perspectiva pessoal e profissional, luto pela perda de entes queridos, a síndrome do “ninho vazio” nas mulheres, queda do nível socioeconômico, entre outras.
Todos esses aspectos somados podem levar à depressão em muitos idosos. Os sintomas são semelhantes aos de um jovem com depressão: tristeza, apatia, insônia, falta de libido, falta de apetite, pensamentos negativos, de culpa ou auto-recriminação, desinteresse por atividades que, antes, eram prazerosas. No entanto, com frequência, os idosos apresentam mais queixas físicas (fadiga, dores, etc.) do que as de tristeza, o que muitas vezes acaba mascarando o quadro depressivo. Se os sintomas já citados forem frequentes ou intensos, e prejudicarem o cotidiano do idoso, o ideal é procurar um psiquiatra, que irá avaliar o quadro. Faz parte da avaliação diagnóstica a solicitação de exames laboratoriais (sangue, etc.) e radiológicos (tomografia ou ressonância magnética) para complementar os dados fornecidos pelo paciente e seus familiares.
Se o diagnóstico for realmente depressão, o tratamento envolve o uso de medicações antidepressivas e abordagens psicológicas e psicossociais. Atividades físicas e mentais (leituras ou jogos) auxiliam na melhora do quadro depressivo e na manutenção da qualidade de vida do idoso.
No caso das mulheres, como a menopausa e a consequente redução dos hormônios são fatores que podem desencadear a depressão, é fundamental o acompanhamento do ginecologista para avaliar a possibilidade de reposição hormonal como auxílio no tratamento da depressão.