O mundo muda a cada instante e muita gente parece perdida, sem saber o que o futuro reserva. Os jovens têm razão quando parecem aturdidos, pois percebem que tudo parece falhar, se confiarem no panorama congelado que lhes é oferecido.
As profissões tradicionais estão se desmantelando. O amanhã não precisa de tanta gente que faz o mesmo num mercado saturado. As chamadas “profissões liberais” já não atraem. Basta verificar quanta gente se sacrificou e gastou para adquirir um diploma de nível universitário e continua a ganhar menos do que pensava ao iniciar o curso. Ou menos do que acha que merece. Mas que as leis duras do mercado provam o contrário.
A escola não dá conta de mostrar esse mundo novo ao estudante. Este já percebeu que algo não anda bem. Por isso foge das aulas. O que torna tudo ainda mais complicado.
É preciso ter calma e não se preocupar diante da dúvida. Quando uma pausa para retomar o caminho de volta, agora com foco, a dúvida é saudável. O que é perverso e permanecer na dúvida. Isso não é apenas paralisação. É evidente retrocesso.
Se as profissões do cardápio atual não atraem e nem são significativas, por que não pensar naquilo que está nas cogitações dos que não temem reinventar o amanhã?
O avanço das tecnologias reclama profissões que ainda não estão no rol do menu à disposição do alunado. Exemplos: gestor de ecorrelações. Profissional que utiliza conhecimentos interdisciplinares para reduzir os impactos ambientais, além de garantir que as atividades de uma empresa ou instituição atendam à normatividade ambiental.
A cobrança da sociedade por um ambiente hígido tende a crescer. A ignorância de quem insiste em não levar a sério o aquecimento global cessará diante de catástrofes que se avizinham e que são inevitáveis. Quem tiver juízo cuidará de mudar seu modo de vida. E esse profissional na gestão das ecorrelações se tornará um nicho atraente e gratificante no rol das atividades que garantirão subsistência digna aos adultos de logo mais.
A ordem é saber escutar o que o amanhã nos reserva e nos preparar para isso, para não enfrentarmos o descarte. Ele chegará para os incautos, que não souberam identificar nas consistentes pistas que o presente exibe, a urgência de se requalificar para não soçobrar.