Em cinco anos, o carro elétrico terá o mesmo custo de um carro convencional, o acesso à internet será universal, cidades estarão mais inteligentes. Essas e tantas outras revoluções, resultantes das inovações nos campos da inteligência artificial, internet das coisas, big data, nanotecnologia, robótica, neurociência, estão a um passo de nos alcançar. Não são previsões; é a realidade.
Recentemente estive no Vale do Silício, nos Estados Unidos, e tive a oportunidade de reunir-me com os principais players do mundo da inovação e vi o impacto que as tecnologias vão causar em todos os campos de nossas vidas. Segunda uma universidade norte-americana, as transformações que vivenciaremos nos próximos 100 anos vão equivaler as que ocorreram nos últimos 20 mil anos. As formas de produzir e consumir serão totalmente diferentes das que conhecemos hoje. Projetar o futuro e planejar nossas ações e estratégias é, portanto, nosso desafio de agora.
Se a ideia é construir empreendimentos relevantes hoje e no futuro, capazes de dar saltos tão espetaculares quanto os das inovações, é preciso fazer diferente e em velocidade máxima.
Nas visitas ficou bem claro que o processo de inovação não se faz somente com acesso as tecnologias, mas com a vivência constante das características empreendedoras. Por lá sobram iniciativa e autoconfiança, persistência, qualidade, capacidade de correr riscos, comprometimento pessoal, planejamento e monitoramento, atualização constante, rede de contatos. E não existem barreiras entre funcionários, empreendedores, lideranças. Todos estão, a todo momento, compartilhando conhecimentos, criando, inovando, de olho nas necessidades dos usuários. São estas pessoas que fazem do Vale do Silício a fonte que o mundo inteiro vai beber.
Outra boa notícia que trouxemos de lá: o Brasil é uma das prioridades dos investidores, que acreditam que o país é “o” mercado de venture capital a ser explorado. Para concretizar isso, precisamos fazer a lição de casa, com medidas que permitam que o setor privado ganhe robustez. Para isso ocorrer na velocidade que as mudanças exigem, tem que diminuir drasticamente a burocracia, enterrar de vez a fúria do aumento de impostos e aumentar a segurança jurídica. O Brasil tem que voltar a confiar no Brasil e abrir as portas para o crescimento.
Também se faz necessário investir em educação de ponto, priorizando um novo jeito de aprender, renovando a rede de ensino, especializando-a em realizar, em empreender. Porque educação não é mais importante, é indispensável.
O SEBRAE-SP deu o seu salto neste sentido, investindo na educação empreendedora de ponta. Nesta semana assinei junto a 124 prefeituras uma parceria para expansão do programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos, o JEPP, que desperta nos alunos de 6 a 14 anos, a iniciativa de empreender. Cerca de 160 mil alunos das redes municipais de ensino serão beneficiados.
Soma-se a esta iniciativa, a Escola de Negócios em que formamos anualmente alunos criativos, aptos a desenvolver ideias, fazer conexões, implementar projetos, ou seja, prontos para fazer acontecer. E em 2018 vamos abrir outras duas frentes: a Faculdade Sebrae, que será uma referência acadêmica na formação de empreendedores e atuante centro de pesquisa e geração de conhecimento aplicado sobre empreendedorismo e o Centro Nacional de Referência em Empreendedorismo, Tecnologia e Economia Criativa, um hub de empreendedores e projetos ligados à inovação e criatividade.
Os investidores estrangeiros acreditam, e nós também, que o Brasil pode ser protagonista no admirável mundo da inovação. Basta querer e agir; agora.