Eu me proponho trazer à discussão um assunto problemático que me perturba há muito tempo e eu não tenho visto nenhuma medida atenuante para tal problema. A mim, me espanta, a velocidade das motos nas ruas de nossa cidade, bem como o barulho insuportável causado por tais atitudes. E ninguém faz nada.
A quem cabe orientar a existência de um código de postura? De quem será a obrigação de resolver esse problema? Da polícia, do Executivo, do Legislativo, de quem afinal? Observe que em cada dez acidentes, oito deles têm motociclistas envolvidos, e o que é pior, por vezes, vítimas fatais. Onde está o policiamento que não interfere nessa atitude de risco tão grave? Onde estão os veículos de “fiscalização”? Os radares não apontam esse tipo de infração para esse tipo de veículo? Ou será que as motos são imunes à atitude dolosa de causar acidentes quando circulam? Gostaria de saber por que realmente não tenho conhecimento disso. Segundo estatísticas, os motociclistas continuam sendo o “calcanhar de Aquiles” de acidentes de trânsito. Não são somente a maior quantidade de vítimas, como também os maiores causadores.
Motoristas e motociclistas reconhecem que andam se estranhando demais no trânsito, mas também assumem que podem ser mais “camaradas” e se ajudarem para reduzir essas péssimas estatísticas. Para melhor entender o problema de minha parte fiz pesquisa sobre o assunto. Constatei que a Prefeitura de Curitiba entendeu que a estatística negativa das motos nos acidentes de trânsito não está relacionada aos motofretes profissionais, mas àqueles que usam a moto como modal entre casa e trabalho. Por isso, a Secretaria Municipal de Trânsito daquela cidade está iniciando um projeto em grandes empresas, para treinar seus usuários e estimular condutas mais seguras enquanto transitam.
Os funcionários das empresas participantes assistem a dez módulos de orientação a distância (um a cada semana) e, após cada módulo, a Secretaria de Trânsito aplica uma parte prática do conteúdo. Os motociclistas que forem aprovados nos dez módulos recebem um certificado de “moto expert” e a empresa um selo de “empresa preocupada com o trânsito”. Entre os modais particulares para deslocamento, a moto ainda é o modal mais barato e prático. Só que ainda há muitos problemas a serem resolvidos neste meio. “Muitos motociclistas andam sem habilitação; sem preparo; sem especialização e sem segurança”.
Francamente é preciso cuidar dessa situação com muito carinho e responsabilidade, mesmo porque os acidentes são de extrema assiduidade e acabam por ceifar vidas inocentes de quem dirige e de quem caminha. Esperamos que o Poder Público e a Polícia ajam com rigor e rapidez orientando àqueles que sobre um banco de moto se sentem ‘azes do volante’ e donos de uma ‘liberdade ilusória’ que num momento de descaso e distração acaba por lhe roubar a própria vida.