Tivemos no último dia 3 do corrente o Dia Internacional das Pessoas Portadoras de Deficiência, mormente física. No Brasil, os portadores de deficiência sofrem mais que aqueles que vivem em países desenvolvidos e civilizados, à vista das condições em que estão à mercê do respaldo necessário do poder público.
Falta assistência médica e psicológica nas redes públicas para atendimento a todos de uma forma digna e humana.
O trânsito de ir e vir também é prejudicado por ruas, calçadas malconservadas e ausência de rampas de acessibilidade. Aqueles que não são portadores se torna difícil caminhar sem tropeçar ou mesmo cair e, nessas condições, as dificuldades aumentam sensivelmente.
Muitas campanhas são realizadas e exercem seu papel de minimizar a precária assistência, já que o poder público fica devendo e não garante os direitos desses cidadãos que merecem toda atenção e facilitação, para que possam circular pelos mais variados lugares, subir e descer de ônibus, sem se arriscar a sofrer uma queda ou algum tipo de desconforto.
Muitos prédios não possuem rampas e nem elevadores adaptados para cadeirantes, mais um motivo que contribui de uma forma a prejudicar os deficientes físicos.
Assim, dessa forma, os dias vão se sucedendo, sem que providências sejam colocadas em prática o mais urgente possível, para que os deficientes físicos se locomovam de uma forma normal ou pelo menos mais satisfatória em confronto com as dificuldades que encontram em vários aspectos, para que haja uma melhoria acentuada em prol desses deficientes de todo o país.
O Censo demográfico de 2.000 aponta que são 24,5 milhões de brasileiros com alguma deficiência.
No Brasil, a maior parte das pessoas com deficiência física, auditiva, visual e mental, está alijada do mercado de trabalho. Estudos mostram que há aproximadamente seis milhões de pessoas com deficiência em idade ativa. Um milhão deve estar no mercado de trabalho e apenas 158 mil legalmente em emprego com garantias trabalhistas e benefícios.
A razão de muitas pessoas com deficiência estarem à margem do mercado de trabalho está diretamente ligada às poucas oportunidades que têm de ingressar em cursos e treinamentos profissionais, o que resulta em baixa qualificação para o exercício de trabalho.
O Brasil está muito atrasado em relação ao primeiro mundo, no que se refere às políticas de emprego voltadas ao deficiente físico. A avaliação é de Steven Dubner, presidente da Associação Desportiva Para Deficientes.
Para Dubner, ainda há muito a se fazer no Brasil, quando o assunto é contratação de deficientes físicos. Pela legislação do Ministério do Trabalho, empresas com mais de mil funcionários são obrigadas a ter pelo menos 5% de deficientes em seu quadro de funcionários. Há, inclusive, multa prevista de 5 mil reais para cada funcionário deficiente se as companhias deixarem de contratar, porém, na prática, a lei é pouco aplicada.
A culpa na avaliação do presidente da ADD não se restringe somente às companhias. “Quando uma empresa decide contratar deficientes físicos, provavelmente não vai se dispor com boa vontade, isto porque, de acordo com a estimativa do executivo, mais de 2% dos deficientes no país não têm segundo grau completo”.
Dificuldades como a falta de trânsito adaptado às grandes cidades acabam interferindo na vida escolar do deficiente físico, o que vem refletir na hora de emprego.
É certo que, de acordo com estudos efetuados, uma boa parte das pessoas ficou com problemas por causa de acidentes de carros por dia que ocorrem no país.
O pior é que não há possibilidade de esses acidentes sofrer uma redução, diante dos milhões de veículos que circulam pelo Brasil inteiro e cada vez mais com o número deles em crescimento, já que as montadoras não podem parar e o total de acidentes cada vez maior.
Nossas homenagens ao deficiente físico.