Por Leonardo Azambuja: médico especialista em nutrologia, ciência da fisiologia humana e longevidade saudável
Leonardo Azambuja é colunista do A Cidade e escreve todas as quartas-feiras (Foto: Divulgação)
Um argumento dado à
causa das doenças modernas, além da modificação dos genes, é que nunca se comeu
tanto trigo. Nos supermercados, as prateleiras apresentam variedades de
produtos feitos com trigo: massas, pães brancos, pães integrais, pães
fermentados, pão árabe, croissants, esfihas, congelados de lasanha e empanados,
croutons para saladas, biscoitos cracker, cereais matinais, tortas, biscoitos
light, panetones e rabanadas na época do natal, podendo encontrar componentes
do trigo até mesmo em sorvetes e cosméticos.
As ofertas são inúmeras e cada uma é condicionada a fazer parte de pelo
menos uma refeição no dia. O que se observa é um excesso de exposição do corpo
a uma única proteína: o glúten.
A partir da década
de 70, houve um aumento no consumo de carboidratos, principalmente do trigo,
incentivado pelos cientistas e instituições de saúde de muitos países, em
detrimento do consumo de gorduras que foram consideradas por décadas a causa
das doenças cardiovasculares e da obesidade no mundo. No entanto, nunca na
história da humanidade as pessoas foram tão obesas e apresentaram tão
frequentemente problemas cardiovasculares como hipertensão arterial.
Estudos recentes e
pesquisadores renomados afirmam: o trigo contribui mais que qualquer outro grão
para a resistência à insulina, condição precursora do diabetes, e síndrome
metabólica. Isso significa que 100 gramas de trigo são piores para o corpo que
100 gramas de outro grão. O índice glicêmico do pão, seja ele integral ou não,
varia de 65 a 80, enquanto que da sacarose e da glicose são, respectivamente,
65 e 100. Mas os efeitos colaterais do seu consumo se estendem também a outras
patologias: depressão, esquizofrenia, demência, neuropatia, enxaquecas,
autismo, dores articulares, alergias alimentares, dermatites, sintomas
gastrointestinais, osteoporose, Síndrome do Intestino Irritável, anemia,
câncer, fadiga, aftas, artrite reumatoide, esclerose múltipla, entre outras.
Reconhece os sintomas em você ou em alguém que você conhece que consome trigo?
Não dê desculpas de
que as festas de final de ano chegaram. Nunca é tarde para mudanças de hábitos,
principalmente se a máquina chamada corpo humano está a ponto de explodir de
tanto sofrimento. Este, causado pela má qualidade da
alimentação da população e pelo estilo de vida sedentária.Aproveite cada
momento com sua família, desejo muito paz, saúde, amor, disciplina, força de
vontade, dedicação e uma qualidade de vida melhor, com hábitos saudáveis.
Espero sempre contribuir e orientá-lo com informações úteis e atuais.
Dica: A eliminação
deve ser de 100% por, pelo menos, 2 semanas. Após este período, pode
reinseri-lo novamente na dieta e observar os seus sintomas, se melhoraram com a
exclusão e pioraram com a reintrodução, você está sensibilizado ao trigo.
Testes assim nos ajudam a nos conhecer melhor e, de fato, detectar se a alimentação
está mexendo com algum órgão específico ou no sistema como um todo, e sendo um
estresse para o sistema ou uma fonte de energia para a vida.
Quem avisa amigo é.
Fuja do trigo.
Feliz Natal e um
Ano Novo repleto de hábitos saudáveis.
Dr. Leonardo
Azambuja