Por Leonardo Azambuja: médico especialista em nutrologia, ciência da fisiologia humana e longevidade saudável
Leonardo Azambuja é colunista do A Cidade e escreve todas as quartas-feiras (Foto: Divulgação)
É muito provável que, ao estar resfriado, você já tenha
recebido a seguinte orientação: “prepara um chá de gengibre com limão e alho, o
alívio é imediato”. Há registros de que indicações como essa, ligadas à saúde
ou então dicas culinárias que envolvam gengibre vêm sendo discutidas e
disseminadas desde 200 anos antes de Cristo. Com origens na China e Índia, esse
condimento ganhou espaço nos preparativos dos gregos antes de uma grande festa,
eles tinham por hábito comer pão com gengibre para evitar possíveis náuseas
causadas pelos “exageros” festivos. Já os marinheiros chineses costumavam
ingerir gengibre para prevenir o enjoo durante as travessias.
Uma raiz que possui mais de 400 princípios ativos
descongestionantes, expectorantes, digestivas e tônicas só poderia proporcionar
uma lista extensa de benefícios. Resultados clínicos identificaram que sintomas
como gripes, tosses, náuseas, gases, dores de estômago e enjoos podem ser
minimizados com o auxílio do gengibre. No caso do alívio de enjoos, outro ponto
a favor é o fato de ele não produzir efeito sobre o sistema nervoso central,
apenas sobre o sistema digestório, ao contrário da maioria dos remédios
utilizados para esse fim.
O gengibre auxilia na redução das cólicas abdominais no
período menstrual das mulheres. Pessoas com osteoartrite, doença degenerativa
das articulações, o gengibre mostrou-se mais uma vez eficaz na redução das
dores.
Um dos efeitos colaterais mais comuns durante o tratamento
quimioterápico para o câncer é a produção de náuseas. Gengibre já é conhecido
como um remédio natural para náuseas por conter oleoresinas, substâncias que
têm um efeito na musculatura do aparelho digestivo, além de seu efeito
anti-inflamatório.
Embora os resultados com o gengibre sejam satisfatórios, há
relatos de efeitos colaterais leves associados ao uso - como diarreia, azia e
desconforto no estômago. Portanto, principalmente no caso de gestantes,
portadores de pedras na vesícula e diabéticos, é necessário consultar um médico
para avaliar se a ingestão é segura.
O gengibre possui a capacidade de acelerar o metabolismo
entre 2% e 5% e, consequentemente, queimar calorias. A substância responsável
pela ação termogênica, que mantém o metabolismo acelerado para obter a maior
queima calórica, é o gingerol. As propriedades termogênicas
são potencializadas quando, junto ao gengibre, são acrescentados açafrão, alho,
canela ou pimenta.
Naturalmente, a ingestão de gengibre auxilia na perda ou
manutenção do peso, porém, para tornar-se plenamente eficaz, é necessário aliar
essa estratégia à prática de exercícios físicos, sem esquecer-se de adotar
hábitos alimentares saudáveis. O esforço para firmar parceria entre essas três
medidas é extremamente válido, afinal o tempo para atingir o resultado esperado
reduzirá significativamente.