Impressiona, deveras, a esta altura do século, a esta altura do campeonato humano, e mesmo no fim do mundo dos trópicos bananeiros, defenda-se disciplina leniente, educação “progressista”, distribuição de renda não meritória, acesso - ao que quer que seja - não meritório.
Tá certo que o calor na Banânia desanima muito, mas daí a deixar de exigir de cada qual a sua contribuição à sociedade, porque foi “excluído” pelos processos históricos, e mantê-lo na condição de assistido por dez, doze, treze anos, francamente, convenhamos, é o máximo do absurdo socialista.
Como é que uma pessoa assistida por dez, doze, treze anos, e da qual não se exigiu e não se exige, nenhuma contraprestação, nenhuma atividade, nem escola (de verdade), nem trabalho (de verdade) - nem, nem -, mantém-se comodamente nessa mesma situação de dependência?
O que leva uma pessoa a renegar-se a si própria, a sua capacidade intelectual e profissional - sim, porque todos, em princípio, somos aptos, capazes -, negar-se, a si própria, o desenvolvimento e o florescimento de uma vida plena, produtiva, em troca da facilidade de uns trocados por mês?
Um sistema educacional descontruído, demolido, na base dos interresses politiqueiros de ocasião - e a ocasião é permanentemente criar e manter currais eleitorais -, é isto o que fomentou e fomenta o surgimento de gerações inteiras sem a consciência de sua dignidade intrínseca, da sua importãncia intrínseca, como membro e criador da sociedade.
Foi a evidente e aviltante desconstrução dos processos educacionais que deu ensejo a isto que está aí.
Milhares de indivíduos sem formação qualquer, sem competência, eficiência - sem capacidade produtiva, e que negam ao país produtividade, condenando-o, assim, ao eterno subdesenvolvimento.
E subdesenvolvimento reproduz subdesenvolvimento.
Pobreza gera pobreza.
Um ciclo mesquinho e pusilânime que se retroalimenta.
E que produz o mais triste dos legados: o humano que não se enxerga em si; que não se vê como parte importante, relevante e decisiva da vida social. O indivíduo que não se valoriza como tal. Que não se sabe, não sabe do seu valor, e por esta razão acomoda-se na condição de dependente cativo.
Massa de manobra.
E bota manobra nisso.
Manobra-se à direita. Manobra-se à esquerda.
Milhares de pessoas, rolando pra lá e pra cá.
Muito triste.
Vivendo a alternativa de uma ralidade em que o Estado é um poço sem fundo e que vai sustentà-los eternamente; e que a vida é assim mesmo, saúde é difícil, transporte, educação, trabalho, tudo muito difícil - não há o que se possa fazer.
O socialismo vive de entropia.
E a realidade (a real realidade) é um buraco negro - sem volta.