O governo federal acaba de decretar intervenção militar na segurança do Estado do Rio de Janeiro. À primeira vista, muitos atribuem o fato a uma questão politiqueira, para desviar a atenção do povo quanto a suas ações.
Explico. O governo precisava de 308 votos para aprovar a reforma da Previdência na Câmara Federal, mas tinha apenas 270, número que fatalmente derrubaria suas pretensões. Embora essa reforma também seja um subterfúgio para esconder as muitas falcatruas que o governo do PT vinha cometendo. Com a intervenção, a reforma para, porque não se pode promover nenhuma modificação na Constituição Federal enquanto houver uma intervenção em andamento.
Aproveitando-se da inércia dos governantes carioca e fluminense, o governo federal deu uma tacada de mestre, um marketing perfeito, politicamente, que o fez crescer positivamente na opinião pública.
No período mais crítico para o Rio de Janeiro, durante a realização do Carnaval, quando o Estado e a cidade carioca recebe milhares de turistas, os bandidos, que tomaram conta de tudo, fizeram arrastões, assaltos, assassinatos e tudo o que podiam, sem qualquer represália.
O governador Pezão, diga-se de passagem um governante amorfo, uma extensão da quadrilha do ex-governador Sérgio Cabral, que se encontra na cadeia por tantos delitos e desvios que cometeu, saiu da cidade, foi descansar.
O outro governante, o prefeito Crivela, lavou as mãos e foi para a Europa numa viagem particular e o que é pior, enviava vídeos falando que lá estava frio, tripudiando do povo, uma gozação de limites.
Foi aí que o governo federal aproveitou a oportunidade. Juridicamente, a intervenção pode ser arbitrária, pois é um atentado à democracia. Mas, por outro lado, que outra solução se teria, já que os governantes não tomam atitudes condizentes com a realidade?
E olhe que não foi somente a população do Rio de Janeiro que aprovou a medida. O Brasil inteiro aplaudiu, pois todo mundo fica sensibilizado ao ver nos noticiários que um bebê foi atingido, ainda na barriga da mãe, por uma bala perdida. Foi uma semana de uma sequência de mortes de crianças por balas perdidas, de tiroteios entre polícia e bandidos.
Outro ponto. O secretário da Segurança demissionário alegou que não pode fazer mais para melhorar o aspecto da segurança por falta de recursos. Ou seja, a polícia, mal preparada, com salários baixos e sem receber, com armas que mais parecem de brinquedo, não tem como enfrentar o crime organizado, que está municiado de fuzis automáticos, de alto poder de destruição. Sendo assim, muitos policiais acabam corrompidos pelos bandidos, que oferecem mais.
Resumindo: A população do Rio de Janeiro ficou numa situação de que “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.
Portanto, a intervenção militar na segurança deve ser vista como um fato positivo. Não morro de amores pelo atual presidente da República, mas sou obrigado a reconhecer que tomou uma atitude extremamente positiva, mesmo contrariando a opinião de muitos.
Resta-nos aguardar os desdobramentos e que as ações militares sejam eficazes para estabelecer a paz no Rio, sem derramamento de sangue, onde vivem milhares de irmãos nossos, brasileiros que trabalham, como nós, para sobreviver neste país que há muito clama por dias melhores.