Alessio Canonice é de Ibirá e colabora com este jornal – alessio.canonice@bol.com.br
Tem-se a impressão de que a civilização atual não merece receber essa colocação, que se refere ao título desse comentário. Afinal, que civilização é essa que promove massacres como a cidade de Ghouta que tem 400 mil habitantes a leste de Damasco, capital da Síria? Uma situação profundamente lamentável que o mundo presencia.
Em um mundo com as câmeras presentes em todos os cantos, torna-se impossível omitir corpos de crianças e adultos sem a mínima chance de defesa. Assim, nessas condições, não há como esconder a desastrosa situação contra essas crianças e adultos sem a mínima nutrição e morrendo de fome, porque o auxílio não tem acesso a eles, onde o problema permanece há alguns meses nesse patamar de sofrimento.
Os bombardeios aéreos mais devastadores que se possa imaginar ocorreram no domingo do dia 18 de fevereiro por ordem do ditador sírio Bashar Al Assad com provável apoio do governo russo de Vladimir Putin, provocando a morte de pelo menos 200 civis, entre eles, dezenas de crianças pelo lançamento de bombas que destruiu casas e hospitais.
Tal iniciativa do ditador sírio foi um pretexto de combater os rebeldes que têm em Ghouta o centro de operações. Dessa forma, a população da cidade, que já foi de 2 milhões de habitantes, hoje é de 400 mil, a maioria vivendo como refém das tropas rebeldes.
As fotos e vídeos divulgados, a partir de celulares de voluntários que arriscaram a própria vida para salvar civis completamente apavorados e desarmados são simplesmente chocantes, portanto, a pergunta que se faz é: como o ser humano pode atingir tão grotesca violência e ter atitudes tão cruéis? Afinal, aonde está a influência da ONU no sentido de intervir nas barbáries sem limites que ocorreram na cidade de Ghouta?
Bashar Al Assad, pelo que se tem conhecimento, é um ditador sanguinário que está no poder há 17 anos, sucedendo o pai que foi ditador da Síria durante 30 anos, deixando o legado das iniciativas que tomou e que serviram de base ao ditador atual sem medir as consequências que resultaram em mortes das mais chocantes e que chocaram o próprio mundo, mormente os países com mentalidade racional e pacífica, diferente do ditador sírio.
O que causa certo espanto e indignação, conforme já fizemos alusão à ONU, é o fato de ela não interferir em uma situação tão grave e sem limites que acontece sob o comando de um ditador revestido de ideias que contaminam até o ar que respira e aspira a população da Síria.
Além das observações narradas até aqui, é de se ressaltar que Bashar Al Assd não possui as mínimas condições de conduzir um país nos trilhos da normalidade, à vista dos massacres que promoveu desde que teve início a guerra civil há sete anos.
Em 2.013, também na cidade de Ghouta, houve um bombardeio com armas químicas, da mesma forma com a ordem de Assad, que matou 1.300 civis e um grande número de crianças. Na época, as fotografias de cadáveres de crianças assassinadas pelo governo do ditador sírio despertaram a atenção do mundo, ficando horrorizado com tais acontecimentos.
Além do choque e horror que causam pânico, deveriam ocorrer ações efetivas para evitar que aconteçam mais massacres como esses que começaram no domingo do dia 18 de fevereiro e que ainda não acabou totalmente, já que há um grande número de feridos sem um hospital em boas condições para atendê-los, sem contar os 200 da época.
Os quatro hospitais que já existiam foram bombardeados e se transformaram em ruínas. Como nascer em meio aos escombros de uma época dominada por ditadores cruéis que pensam que o mundo é deles e que não existe nada além do poder e da morte? Tristeza que mexe com o sentimento de todos que reprovam a maldade e crueldade.